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Congresso da ALAD com direito a turismo no Chile - 18 de novembro.
Conforme publicado aqui no jornal, sábado passado, participei do XIV congresso da Associação Latino Americana de Diabetes, em Santiago do Chile, no período de 7 a 11 de novembro.
O nível do evento foi muito bom, voltado principalmente para a parte clínica, o que agradou em cheio aos seus mais de 3 mil participantes, vindos de todos os países da América Latina.
Muitos são os novos medicamentos em estudo, na chamada fase três, aquela em que os testes são feitos em cobaias humanas. O potencial dessas drogas foi comprovado em animais e falta verificar sua eficácia, tolerabilidade e os possíveis efeitos colaterais em seres humanos. São novos produtos tanto para o diabetes tipo 2 (não necessita do uso de insulina) quanto para o diabetes tipo 1 (dependente de insulina).
Um que me chamou a atenção foi a insulina oral, produzida no Canadá sob o nome de Generex Oral-lyn. É um spray do tipo usado no tratamento da asma e que libera uma unidade de insulina em cada aplicação. O princípio de sua ação está na pouca espessura do epitélio bucal (mucosa mais externa) e na sua rica vascularização. Isso faz com que a insulina seja absorvida mais rápido do que na via subcutânea e comece sua ação em menos de meia hora. Ao contrário da insulina inalada, já retirada do mercado, essa não atinge o pulmão. É uma insulina de ação ultrarrápida, utilizada na pré-refeição, para melhor controle da glicemia pós prandial. Aliás, os estudos mostram estar essa glicemia intimamente ligada às complicações ateroescleróticas.
Se essa via de aplicação não acarretar riscos para o paciente, o que só saberemos após seu uso regular, diminuirá em muito o número de picadas/dia que o diabético é obrigado a fazer e tornará o tratamento mais agradável. Ela já é vendida no Equador, Canadá e Chile, sem previsão de comercialização, no Brasil. No entanto, no estande do laboratório me informaram que isso não vai demorar muito, já que o potencial de consumo, no mercado brasileiro, é alto.
Mas congresso não é só parte científica, pois inclui o encontro com velhos amigos, novas amizades e, por que não turismo. Foi assim que conhecemos Santiago e demos uma esticada a Valparaíso e a Vinha del Mar. A capital conta hoje com cerca de 5 milhões de habitantes, é uma cidade limpa, com um povo educado, com um sistema de transporte público muito bom e que funciona. Isso sem contar com a visão de cartão-postal que é a cordilheira dos Andes, com o cume sempre nevado, a proteger seus moradores. A vida não é cara, mas que nos assusta no início, em função dos muitos zeros. O salário mínimo é de $ 180.000,00 pesos, na realidade cerca de R$ 600,00 reais, já que 1 real vale 300 pesos chilenos.
Vinha del Mar é um balneário muito bonito, às margens do oceano Pacífico e de grata memória para nós brasileiros. Foi aí, no estádio de Sausalito em 1962, que o Brasil iniciou sua campanha em direção ao bicampeonato mundial de futebol. Nessa época, a delegação suíça também ficou na cidade e doou um relógio de flores que virou atração turística. Quanto a Valparaíso, vive mais de sua importância no passado, quando foi um porto muito importante, pois era a ligação entre o Pacífico e o Atlântico. Com a abertura do Canal do Panamá, em 1914, perdeu um pouco do seu charme. Mesmo assim, tem a fundação Neruda, que abriga a casa do poeta chileno Pablo Neruda.
Vale uma esticada na vinícola Concha y Toro, produtora, entre outros, do vinho Casillero del Diablo.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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