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Demanda elástica! - 11 de novembro.
A imensa maioria dos produtos tem a chamada demanda elástica, ou seja, são passivos de ter incremento no consumo se sofrerem redução de preço.
Está lógica está por trás da expansão dos produtos no mercado, ou seja, quando se pretende que um produto realmente emplaque, reduz-se preços e provoca-se com isso a “explosão” do consumo, ou está lógica, no sentido inverso, leva ao princípio do consumo de produtos apoiados em status, ou seja, o alto preço por si só atribui distinção a quem compra. Alto preço, poucos tem; baixo preço, todos compram.
No nosso jornal, ontem, na coluna imperdível do Massimo, figurava a mensagem de que a bandeirada de táxi vai subir. Sentar custará quase R$ 5, e um trajeto equivalente a Conselheiro – Centro vai sair a bagatela de R$ 32,40 (10km) na bandeira 1, sem pagar a volta.
Isso deixa nosso táxi como um dos mais caros e isso atrapalha a massificação do serviço e força o uso do carro próprio, congestionamentos e ausência de vagas e outras delícias do progresso.
O táxi expressa um típico serviço de demanda elástica, mas com consumo latente, ou seja, se baixar preço, o consumo explode, mas seu consumo está “não atendido” pelo alto preço. Assim, muitos de nós gostaríamos de usar um táxi, mas optamos pelo carro frente ao alto custo.
Nosso trânsito é ruim, bem verdade, nossas ruas muito mal cuidadas, temos ladeiras, muitas ladeiras, mas ainda assim não se compara ao impacto de regiões de praia com alta salinidade, alta violência, trânsito muito mais caótico etc. O que impacta no alto preço?!
Certamente a lógica vigente é a “Tostines”, vende mais porque está sempre fresquinho ou está sempre fresquinho porque vende mais? Nos nossos táxis: como se vende pouco o serviço, o mesmo precisa custar caro, e custando caro, vende-se pouco o serviço.
É indiscutível que uma redução de preço traria ampliação no consumo e tal ampliação no consumo melhoria no faturamento. Claro que uma redução de preço traz, a priori, redução percentual de lucratividade, porém a lucratividade absoluta (total) seria maior, como tudo que envolve ganho de escala atrelado a demandas elásticas. Os custos fixos residem sobre o serviço e afetam a rentabilidade também: depreciação do veículo, IPVA, seguros, lavagens, enfim, o aumento do consumo traria um maior número de utilizações e o custo fixo seria então diluído por estes vários usos.
No mercado a lógica predominante é a mesma, ou seja, tudo que muito se usa, fica mais barato usar e quanto mais barato fica usar, mais se usa. É uma espiral virtuosa, no exato contraponto temos uma espiral viciosa em que aquilo que pouco se usa encarece, e tudo que encarece menos se usa.
A queda de braço será entre o inferno astral de usar o carro versus o alto preço do táxi. Pode ser que a obrigatoriedade de usar um táxi, frente à impossibilidade de estacionar, ou diante da certeza de ser multado pelo uso inadequado da calçada ou fila dupla, faça o táxi se mostrar apetitoso, mas, por hora, é tentador usar o carro, frente ao alto custo para o usuário.
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