Classe C quer mais! - 21 de outubro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O mercado vem se transformando. A manutenção da inflação em níveis baixos, com o parcelamento a perder de vista, ainda que acoplado a uma cultura de juros altíssimo, o aumento do emprego formal e estabilidade do mercado, vem trazendo um sem número de novos consumidores ao mercado.

A classe C finalmente mostra seu poder e altera o comportamento de venda e de compra, altera layouts de loja e o mapa econômico das cidades. Apesar do mercado de alto luxo do país mostrar vigor, o mercado de classe C é de longe hoje o mais agressivo em crescimento e em potencial de vendas.

Num país que historicamente foi destruído pela inflação, que deixou uma legião de consumidores gamados nas vitrines, mas alheios aos checkouts, ele finalmente, em manada, chegam hoje aos shoppings, serviços e principalmente às lojas de eletromóveis.

São cem milhões de consumidores, com renda entre um e 2,5 salários mínimos. Destes, 37 milhões pretendem comprar um imóvel e 10 milhões um automóvel nos próximos 12 meses.

O mercado de eletroeletrônicos, móveis e linha branca, além de roupas e alimentos básicos são os principais mercados de consumo da classe C. A típica casa classe C tem na sua cozinha os maiores investimentos, produtos de linha branca se mantém como os itens mais importantes nestas residências.

Mudanças no mercado exigem estratégias novas; atendimento mais descomplicado, lojas com uma linguagem visual mais clean, serviços de entrega, vendedores com capacidade de sugerir e explicar, estratégias de parcelamento alongado para itens de valor mais significativo são algumas ações que estão sendo disseminadas com o crescimento desta nova classe social.

Os impactos deste consumo no mercado são enormes, e produtos e serviços dimensionados a este público não param de surgir. As pesquisas mostram que diferente do que o mito popular sugere, a nova classe C prefere pagar mais por algo melhor e mais reconhecido do que economizar.

No fundo, o que todo mundo quer é ascender. Quem está embaixo quer subir, e quanto mais alto se chega, mais alto se quer ir.

Tomara que seja assim, e um dia possamos comemorar o surgimento de uma classe C, não mais do consumo do que ainda não tem, mas o consumo daquilo que quer trocar, melhorar, adicionar.

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