“Saúda-vos Lucas, nosso querido médico” (Cl 4, 14) - 19 de outubro.

Caros amigos, ontem celebramos são Lucas, o evangelista, um dos mais importantes escritores sagrados do Novo Testamento e mundialmente conhecido como padroeiro dos médicos.

O ofício da cura de enfermidades e alívio de seus sintomas é uma tarefa que por muito tempo foi vista como divina. Hoje esta nobre profissão, já desmistificada, necessita de homens e mulheres que, com grande competência profissional e senso de humanidade, cuidem de seus mais diferentes campos e suas constantes descobertas.

Quando conjugamos em nosso Patrono os ofícios de médico e missionário (ele era companheiro de missão de são Paulo), recordamos a profunda sintonia, perfeitamente possível, entre a vida profissional e os compromissos assumidos com a fé batismal.

São Lucas poderia ser médico antes de ser cristão, mas, uma vez configurado com Cristo, sua profissão ganha outro sabor. A fé lhe mostra valores aos que não pode renunciar: seus pacientes são filhos de Deus, seus irmãos.

Nesta mesma situação se encontram milhares de médicos cristãos por todo o mundo. Eles formam associações em favor dos menos favorecidos, em países com precária estrutura de saúde pública e defendem os valores cristãos na medicina.

No desempenho de seu ofício não poucas vezes os médicos se encontram com situações difíceis: gestações complicadas, casos de infertilidade, pacientes terminais, cirurgias de alto risco ou dispendiosas, pedidos de esterilizações e de abortos, entre outros.

Nestas condições, multiplicam-se no mundo os casos de profissionais de medicina que, por negar a participação em abortos ou “suicídios assistidos”, perdem o emprego ou enfrentam situações desconfortáveis; e também são muitos os que espontaneamente abrem mão do próprio conforto para dedicar parte de suas vidas no serviço aos mais necessitados.

Nestes silenciosos testemunhos, encontramos com alegria o rosto de Cristo, que mais uma vez dá tom divino à medicina. O Catecismo da Igreja Católica diz o seguinte a este respeito:

“(Jesus) veio curar o homem na sua totalidade, alma e corpo: é o médico de que os doentes precisam (...). O seu amor de predileção para com os enfermos não cessou, ao longo dos séculos, de despertar a atenção particular dos cristãos para aqueles que sofrem no corpo ou na alma. Ele está na origem de incansáveis esforços para os aliviar” (1505).

A todos os profissionais da medicina, peço que o exemplo e a intercessão de São Lucas os confirme num autêntico serviço ao homem em sua totalidade, a exemplo de Cristo.