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Big Brother ou Circo? - 30 de setembro.
Eu jamais pensei dizer isso, mas estou com pena dos políticos, o Congresso palco de tanto desgaste agora vai virar Big Brother, mas sem direito a casa bonita ou a mulher gostosa.
Ao que demonstram as pesquisas, os famosos estão liderando entre os mais queridinhos do elenco político.
Tem famoso que nos seus tempos de ofício ignorava horários, compromissos, regras, apesar de desempenhar um papel de exemplo, e vivia se metendo em brigas, escândalos e comportamentos outros nada adequados, assim eu peço que o caro leitor Imagine: qual o comportamento e desempenho esperados no Congresso?
Qual comportamento, posicionamento de ideias, exemplo de vida que tais personalidades podem emprestar à política que dá a nós, eleitores, perspectivas e crenças de que tudo vai melhorar? De que ao menos vai funcionar?
Ronaldo Esper, Romário, Tiririca, e outros apresentadores, garotas de auditório e sua trupe são o retrato de que as estratégias de marketing político são estratégias necessárias aos políticos, não à política, ou seja, marketing político pertence a candidatos políticos que precisam cumprir um ritual de plataforma, objetivos etc, e não a personalidades conhecidas.
Tais personalidades permanecem apoiadas em suas imagens, anteriores à política, ou a seus personagens, dependendo do caso.
O tratamento dado pelas personalidades em se autoafirmarem enquanto ícones da mídia e não se posicionarem como políticos de fato, deixa exposto que o processo eleitoral e de propaganda política não são nem de longe a forma mais acabada e funcional. E demonstram ainda que o eleitor, mais que protestar, esteja talvez ignorando seus desdobramentos.
O poder econômico, estratégias de propaganda, reconhecimento de mídia e outras características do processo decisório de escolha do eleitor, empurram a discussão do caráter do candidato, do conteúdo e as das propostas políticas para o terceiro ou quarto plano.
Seguindo a linha (que eu defendo) de que o processo publicitário e de propaganda é o melhor retrato de uma sociedade – pois tem o compromisso de funcionar e para isso precisa ter efeito, e para alcançar tal efeito, precisa de sintonia indiscutível com os valores morais, éticos e com o “tempo social” – é notório que a culpa deste processo está não na propaganda, mas na sociedade do espetáculo que a deseja e que tem um eleitorado de baixo nível de conhecimento político, descrente na solução ou salvação do sistema, e devotos do padrão do histórico imperador romano Otávio Augusto, no melhor estilo “Pão e Circo”.
Neste caminho, os políticos estão perdendo espaço para os famosos e a política perdendo espaço para o espetáculo, e será que nós seremos os palhaços do circo ou os espectadores do Big Brother? Seremos os espectadores do circo ou patrocinadores do Big Brother? Seja lá como for, não vai acabar bem!
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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