Uma sangria inútil!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um acontecimento que marca de forma agradável a vida de uma jovem, e ao mesmo tempo a enche de vaidade, sua primeira menstruação, anuncia para a família que ela agora já não pertence mais ao mundo das crianças.

Este acontecimento irá repetir-se de modo regular a cada trinta dias de sua existência, por longos anos. Sua ausência será um sinal, quase certo, de uma gravidez.

Em cada cultura estes momentos da vida feminina são vistos de forma diferente.

Apesar de serem considerados pela maioria delas como sinal de maturidade física e de que aquela jovem já pode ser mãe, muitas religiões a vêm como um período em que a mulher é considerada impura e deve ser mantida afastada das práticas religiosas e da mesma forma vedam aos homens o contato sexual nestes dias.

Um famoso mestre da ginecologia brasileira, o professor baiano e conselheiro da ONU, Dr. Elzimar Coutinho, diz num de seus livros que a menstruação é uma sangria inútil, à qual a mulher é submetida todos os meses, por muitos anos.

Não bastasse a perda sanguínea, que para muitas mulheres chega a ser uma causa de anemia profunda, é também um período do mês em que um grande numero delas é acometida de severas alterações emocionais que oscilam da depressão à mais severa irritabilidade. A TPM é um dos nomes mais conhecidos em todo o mundo.

Mas a historia das menstruações também apresenta episódios dramáticos. Após um longo tempo de convivência, ela finalmente encerra sua participação na história da vida de uma mulher.

Um ano seguido sem menstruar, e dizemos que ela entrou na menopausa.

Uma outra etapa da vida feminina, desta vez marcada por sentimentos bem diferentes daqueles lá do inicio, quando era um sinal de feminilidade, de começar a ser mulher.

Desta vez fala-se em perdas. Perda da feminilidade, da suavidade da pele e dos cabelos, da sexualidade e muitas outras.

É um tempo de temores e receios. Apesar de todos os recursos da moderna ginecologia para tornar melhor esta fase de suas vidas, as mulheres ainda têm medo.

Um dos maiores talvez seja o de deixarem de atrair a atenção dos seus parceiros.

Depois da entrada nesta nova etapa da existência, agora já acostumadas a não mais ter aqueles episódios de sangramentos mensais, já adaptadas aos pequenos desconfortos da falta dos hormônios naturais, algumas mulheres podem ser surpreendidas por uma perda sanguínea vaginal.

Certamente, assim como nuvens escuras no céu, um sinal de temporal pela frente.

Podem ser pequenas e benignas alterações no interior do útero, mas o contrário também pode ocorrer. Atenção então, minhas amigas.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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