Comparativo de confiança.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

No último mês, passei por duas experiências de consumo tão parecidas e tão diferentes ao mesmo tempo. Em ambas havia uma relação de consumo e a necessidade de confiança. Uma em uma cidade grande, capital do nosso estado, e outra aqui mesmo, na nossa Friburgo.

Na primeira, passada nas terras altas, fui a uma loja de material de construção, daquelas vocacionadas a soluções de bairro, ou seja, preço mais alto e comodidade de acesso. Escolhi dois modelos de pisos, defini a metragem. Fui ao caixa pagar e me solicitaram não fazê-lo, pois necessitavam confirmar estoque (havia um estoque eletrônico via sistema, mas nada confiável). Acatei a decisão e sai de lá com a promessa de entrega na mesma tarde. Óbvio, não me entregaram. Liguei, confirmou-se para a manhã seguinte, seguido da pergunta: “quando vem pagar?!”, respondi, amanhã ou depois. Dia seguinte, segundo prazo de entrega, nada! Ligo novamente, para desespero do pedreiro que trabalha por empreitada, para saber do piso, e novamente se segue a pergunta sobre o pagamento. Questiono se há vinculação da entrega ao pagamento. Se sim, que entrego um cheque calção, considerando que a opção é o cartão de crédito, visto que a política de pagamento da loja não atende a matemática básica que estabelece que para adiantar um pagamento é necessário vantagem financeira. Recebo a promessa de que a entrega virá... Mais de um mês se passou e a loja não entregou, não ligou, não cobrou. Perdi meu tempo indo lá, ligando e juro, não entendo como pode ser tão ineficiente e deselegante.

Uma entrega de produto de construção é feita em uma residência, ou seja, um endereço confirmado, houve a tentativa de pagamento no ato, houve a predisposição de entregar um cheque calção, enfim, no sábado me dirigi a uma loja profissional de material de construção, resolvi com uma vantagem financeira significativa e o material foi entregue no tempo combinado.

Segundo momento confiança: Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, fui com minha família passear na orla da lagoa, fomos alugar bicicletas. Eu estava imaginando o processo de locação, o que seria necessário para pegar as bycles, deixar um documento de garantia, dinheiro, enfim o que seria exigido...mas nada! Absolutamente nada me foi pedido, nem mesmo o pagamento do período. Após uma hora e quinze de passeios entrego as bicicletas e sequer os quinze minutos extras foram cobrados. Pagamos o valor combinado e é claro, voltamos lá no feriado... Mais passeios e mais bons tratos.

A atitude de proteção ao crédito é adequada e necessária, mas a falta de transparência no modo de operação de tal procedimento é inútil e problemático. A confiança é quase sempre mais rentável e produtivo, e tratar as pessoas como boas pessoas é preceito básico do relacionamento, seja ele comercial ou não. Quando formos vender, precisamos estabelecer regras, informar as regras e cumprir as regras de relacionamento. Ter confiança que criamos um sistema funcional, e não transferir a desconfiança de nossas regras aos nossos clientes.

TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.