Vota N’eu!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

E foi dada a largada para mais um grande prêmio Brasil de votação. Candidatos, candidatas, papagaios de piratas, arroz, oportunistas, ilustres desconhecidos, ex-BBBs, enfim, uma legião de gente querendo quase sempre se fazer, e raramente melhorar, concorre às vagas nas câmaras, senado, palácios de governo, e claro, a mais desejada, a presidência.

As eleições são transformadas por alguns participantes em um verdadeiro circo, com direito a mágicos, feras, atores transformistas, gente na corda bamba e, é claro, palhaços.

Podemos ver quase sempre fotos sorridentes de políticos em que fica a dúvida do: “ele está rindo pra mim ou de mim?” Transformações de linguagem, candidatos mais chiques falando a linguagem do povo, candidatos do povo falando chique. Cabelos desordenados finalmente penteados, mangas arregaçadas, palavras de ordem, sorrisos esteticamente refeitos no dentista, óculos substituídos por lentes, tudo como manda a cartilha eleitoral, afinal em alguns casos são dois meses que ajeitam quatro anos ou mais.

Apelidos estranhos, nomes de guerra, sambinhas, forrós, jingles curtos e repetitivos buscam privilegiar a memorização do número do candidato e sua vocação. A plataforma política quase sempre transcende sua permissão e alcance, mas pouco importa, afinal “habemos” sambinhas...

Com a mudança das regras, placas atolam nossas calçadas, tijolos e pedras calçam suas estruturas, mas cuidado, uma destas placas ainda pode te alcançar. Bandeiras ocupam os cruzamentos, a propaganda na TV vai ocupar o tempo do seu programa favorito, e os problemas, serão eles finalmente resolvidos?

Quando teremos o código de defesa do eleitor? Que dê garantias de quatro anos a nós eleitores, que permita a troca imediata em caso de mau funcionamento. Que permita a suspensão do “produto” no caso de promessas de vendas não cumpridas.

Muitos políticos nos tratam como consumidores, se vendem como marcas, ou mesmo tentam nos comprar como produtos, mas não aceitam as responsabilidades que as relações comerciais carregam. Eu quero garantias!

Cabe a nós selecionar em meio a tanta purpurina o que é brilho e o que é gente, o que é promessa e o que é fato, o que é discurso e o que é preparo, o que é sorriso e o que é compromisso. Difícil tarefa, considerando que o consumo é obrigatório, o tempo é curto, a consequência é grande, as opções são muitas e a variedade é pouca.

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