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Que saudade do velho vinagre, álcool e um balde com água!
Bem ao alcance das mãos. É exatamente o que acontece todos os dias na maioria das casas, ali bem debaixo da pia ou então dentro de um armário na área, ou o que é totalmente errado, junto dos alimentos, na dispensa. É assim que a grande massa da população guarda dentro dos lares os venenos, acondicionados em belas embalagens bem coloridas, os detergentes, amaciantes, desinfetantes e perfumantes ( se é que existem estes últimos).
Criamos uma situação em que ninguém, ou quase, consegue manter sua casa, comércio e até mesmo os hospitais, limpos sem utilizá-los.
A propaganda destes produtos promete que, num minuto, eles transformam os pisos, as roupas, pias e sanitários nas coisas mais limpas e livres de sujeiras e germes de qualquer natureza.Tudo ficará impecável .
A maior parte desses produtos que prometem uma revolução de limpeza, traz em suas fórmulas diversas substâncias altamente nocivas à saúde. Aqueles que possuem fragrâncias que vão do pinho e do eucalipto até as flores mais delicadas, podem causar tremendos problemas de alergia respiratória e também de pele.
Nem os pobres bebês escapam. Segundo muitos dermatologistas e alergistas, milhares de adultos e crianças podem estar sofrendo de coceiras no corpo e crises de asma e bronquite, e até mesmo de enxaquecas, que não cedem com os tratamentos mais sofisticados, por estarem expostos diariamente a essas substâncias. Elas ficam impregnadas nas suas roupas de uso pessoal e também nos tecidos dos lençóis, cobertores, travesseiros e toalhas de banho e rosto. Isto quer dizer que vivemos cercados por um oceano de poluentes, em contato permanente com substâncias reconhecidamente nocivas ao organismo humano. Entre elas o cloro, usado na chamada água sanitária, e os fosfatos.
Além delas existem também os corantes que produzem as mais atraentes cores, justamente para atrair mais ainda a atenção dos consumidores e aumentar as vendas.
E não estamos levando em conta as centenas de milhares de litros dos produtos piratas, sem qualquer controle de qualidade, vendidos de porta em porta nas áreas mais carentes das cidades.
Foram-se os tempos da vovó Neném, quando se usava com bastante sucesso as fórmulas caseiras do velho vinagre e álcool num balde com um pouco de água.
As coisas pioram quando pensamos no impacto destes milhões de litros lançados todos os dias nos rios que cortam as cidades e que, em questão de dias, deságuam nos mares.
É, infelizmente, um quadro desolador. Se nós, de todos os cantos do mundo, não nos conscientizarmos destes graves fatos e buscarmos soluções mais inteligentes e corretas, um futuro nada agradável estará nos aguardando.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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