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Comunicar para quê!?
Muito se fala da comunicação, de seu valor. De modo geral a perspectiva simplista de que serve apenas para vender hoje e precisa estar apoiada sob o apelo de que é barato é uma distorção e uma injustiça total tentar definir a comunicação assim.
O valor residual da comunicação é um dos tesouros dela, ou seja, permite deixar lembranças e que mesmo tempos depois a mensagem ainda ecoa em nossos desejos de consumo e ainda revive os predicados e adjetivos formulados na comunicação.
De longe outro valor da comunicação está no direcionamento, por vezes, discreto, suave, quase imperceptível, de construir a sua opinião. É, a comunicação é tão, mas tão eficiente, que ela tem o dom de transformar a opinião da marca, produto ou empresa em nossa, e de nos fazer acreditar piamente que tudo isso aconteceu na não contrária, ou seja, que nós, expectadores da comunicação, é que construímos a empresa deste jeito e não o contrário.
Os atributos de uma marca são quase sempre moldados pela comunicação e sentidos por nós, consumidores, como valores gerados espontaneamente por nós, e isso é um desafio e um propósito da comunicação. Dar alma a uma marca e fazer com que você se sinta o criador de tudo isso.
Falando em alma, a natureza humana carrega um gene curioso para o arquivamento de informação; para que algo seja lembrado, para que algo exista para nós, precisamos qualificar. Desta forma utilizamos qualquer coisa que possamos nos agarrar para criar uma qualidade e então a partir daí, uma memória. Na tarefa de descobrir o correto compartimento para guardar uma marca, nome, produto, se deixado por nós, ocupamos as gavetas mais baixas, aquelas que guardam os defeitos. É, o nosso gene é preguiçoso. Falar mal é mais fácil ou, geneticamente, mais divertido que falar bem. Portanto não comunicar é deixar por conta do cliente, e sua mania de falar mal, a construção do significado, do predicado para sua marca. Fazer isso me parece arriscado, muito arriscado.
Deste modo, percebemos que a comunicação tem o papel de transferir ao consumidor vontades, valores e percepções, de desejo ou necessidade, sobre produtos, marcas, serviços e também cabe a ela formar a imagem, o significado e o momento de utilização ou desejo desta marca ou produto, além claro, de relembrar, e vender. A comunicação, portanto, excede com folga os argumentos dos descrentes e nivela-se aos dos mais exigentes. Comunicar é ter as rédeas do seu produto e marca.
“Roberto Mendes é publicitário, especialista em marketing pelo Instituto de Administração e Gerência da PUC/RJ, professor titular da Universidade Candido Mendes e sócio da Target Comunicação.”
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