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A taxa de suicídio está aumentado no mundo: o que fazer?
Em 1980, a taxa de suicídios na faixa etária de 15 a 29 anos era de 4,4 por 100 mil habitantes; chegou a 4,1 em 1990 e a 4,5 em 2000. Assim, entre 1980 a 2014, houve um crescimento de 27,2%.
Em 2014 ocorreram 2.898 suicídios de jovens de 15 a 29 anos no Brasil, um dado que costuma desaparecer diante da estatística dos homicídios na mesma faixa etária, cerca de 30 mil.
Alguns jogos violentos e o que surgiu chamado Baleia Azul, sugerem e indicam o suicídio. Mas os jovens que se envolvem com este tipo de coisa não acabam se maltratando e até suicidando tendo estes jogos como causa principal de uma tragédia pessoal. Eles já possuem alguns sofrimentos e conflitos mentais importantes e, por isso, se envolvem nestas coisas. E é a causa básica que precisa ser compreendida pelos pais e avaliada por profissionais em saúde mental para o problema ser resolvido na raiz.
Os pais precisam eles mesmos de ajuda psicológica para saberem como lidar com um jovem com depressão, ou outro transtorno mental , que pode induzir ao suicídio.
O que leva as pessoas ao suicídio? Uso de drogas, crise psicótica, falência financeira, término de relacionamento, perda de emprego, morte de pessoa amada, solidão, abusos sofridos pela pessoa, vergonha, pressão social no sentido da pessoa não conseguir ter um padrão de vida que outros conseguem, entre outras causas. (Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde www.paho.org/bra)
Algumas atitudes que ajudam a prevenir o suicídio incluem: 1)Reduzir o acesso aos meios de suicídio, diminuindo a facilidade para conseguir pesticidas, armas de fogo, alguns medicamentos. 2)Meios de comunicação oferecer informações sobre o assunto de forma responsável. 3)Introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool. 4)Identificação precoce, tratamento e cuidado de pessoas com transtornos mentais e abuso de substância. 5)Tratamento da dor crônica. 6)Ajuda para lidar com o estresse emocional agudo. 7)Formação dos trabalhadores não especializados de saúde na avaliação e gestão de comportamento suicida. 8)Cuidados no acompanhamento para as pessoas que tentaram suicídio. 9)Apoio da comunidade. Fonte: Comportamento suicida: os números revelam o mundo e o Brasil, Alexandrina M. A. S. Meleiro, doutora pelo Dept. de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Revista Brasileira de Medicina, edição especial/neuropsiquiatria, vol.73, setembro 2016, p.20-28.
No fundo, o suicida não quer morrer. Ele não sabe é como continuar vivendo com aquilo que para ele é um beco sem saída. Mas sempre há uma saída. Não necessariamente para aquilo que a pessoa deseja, mas pelo menos para ela aprender a suportar a perda e a frustração, assim como a raiva contra a realidade, raiva esta que ela joga contra si mesma, se agredindo mortalmente.
Se você tem pensamentos suicidas persistentes ou planeja um suicídio, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) no número 141, de qualquer lugar do Brasil. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype 24 horas todos os dias: www.cvv.org.br
Outros sites que ajudam na questão do suicídio são: Rede Brasileira de Prevenção ao Suicídio: http://www.rebraps.com.br/ , Informações sobre prevenção do suicídio: www.prevencaosuicidio.blog.br , Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídios http://www.abeps.org.br/
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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