Salvando o seu coração físico, emocional e espiritual - Parte 10

quinta-feira, 21 de março de 2013

Essa é uma série de artigos com ideias minhas e do Dr. Ornish, cardiologista professor na CaliforniaUniversity, San Francisco, EUA, autor de livros como “Salvando o seu coração”, “Amor e Sobrevivência”, sobre a importância de se verificar causas profundas da doença coronária, e outras, e não só abordar tratamento no nível físico da doença. 
É muito importante que aprendamos a olhar a dor como amiga, olhá-la como uma informação, e ver o sintoma como um alarme. Ele está dizendo algo que precisamos dar uma olhada e ver o significado. A dor é para chamar nossa atenção. Ela vem como um sinal de que algo precisa ser mudado. E pode ser dor física, emocional ou espiritual. 
Se você olhá-la como inimiga, a tendência será correr para a farmácia, comprar um remédio, tomá-lo, e tentar esquecer, não pensar. Ainda que a maioria possa fazer isso, é uma loucura! Olhar a dor como uma professora e não como uma inimiga, nos ajuda a pensar em outras e melhores escolhas para eu fazer em minha vida, em novas possibilidades de viver que podem existir.
A força e a felicidade não acontecerão em nossa vida ao satisfazermos sempre e cada vez mais nossos desejos e necessidades. Pode ser exatamente o contrário, elas podem vir ao diminuirmos os desejos e o que chamamos de necessidades. Não fique pensando obsessivamente que será algo que virá de fora, será alguém em sua vida, será mais algum bem acumulado, mais um título. Interessante que João Batista quando começou a pregar sobre Jesus, ele dizia: “Arrependei-vos, pois é chegado o reino de Deus.” E Jesus disse que este reino está dentro da pessoa. Não é algo para você acumular do que obtém fora com seu trabalho, honesto ou desonesto. É o que você pode receber dentro de si mesmo, e tem mais que ver com o desapego do que com acúmulo de coisas.
Estresse emocional pode ser resultado de você estar buscando felicidade no lugar errado. Um dia uma paciente casada já por uns 30 anos me disse, numa combinação de tristeza e irritação: “Se eu faço tudo o que meu marido quer, por que ele não se torna o que eu quero?” Onde você acha que está o foco da vida e da felicidade dessa mulher o tempo todo há anos? Em algo externo. No marido dela. Ela procura fora o que só pode ser encontrado dentro dela mesma. Se ela não pode ser feliz com ela mesma, independentemente do marido, ele nunca a poderá fazê-la feliz. E ela pode adoecer de muitas enfermidades físicas psicossomáticas por causa da procura do bem estar interior no lugar errado.
O que você faz para ajudar outras pessoas? Será que o significado da vida que produz felicidade em muitos momentos não depende mais de ajudar do que ser ajudado? E não é ajudando, procurando ser útil para alguém que nossa saúde despontará? Não há alegria em dar? E não é esta alegria liberadora de hormônios, como a endorfina e serotonina, que corrigem a depressão, fortalecem a imunidade, e, assim, ajuda na cura das doenças?
Em vez de acumular, se desvencilhe, doe, compartilhe. Procure ouvir as pessoas, prestar atenção no que elas dizem, ouvir as histórias delas e ver como você pode produzir a maior quantidade de bem para qualquer pessoa. Esse é o caminho da cura interior, do reino espiritual que produz o melhor para a recuperação de doenças, seja do coração ou não.

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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