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O que é a síndrome do pânico?
Parte 2 de 2
Estamos analisando nessa série de dois artigos aspectos sobre o transtorno do pânico.
Quando uma pessoa apresenta algum conflito (ou vários) em sua vida e que ainda não conseguiu resolver, isto aumenta a ansiedade, ou pode gerar depressão. Se a ansiedade aumenta demasiadamente, ela pode ser manifestada através de um dos vários tipos de transtornos, como a doença do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade generalizada, fobia simples, fobia social, agorafobia, transtornos conversivos, transtornos de somatização, neurastenia, etc.
Conflitos mal resolvidos, ou que estão em processo de resolução, podem ser conscientes ou inconscientes. Podem ser ligados à história passada (infância, adolescência) e/ou atual. Podem ter produzido uma forma de pensar distorcida. E na medida em que alguém mantém formas erradas de pensar, a ansiedade pode aumentar demais. Exemplo: pessoas que sempre interpretam de forma trágica os eventos, que só olham para o lado sombrio da situação, cultivam uma forma de pensar negativa, pessimista, e isto contribui para o aumento da ansiedade e o surgimento de depressão.
O tratamento do transtorno do pânico envolve, então: 1) psicoterapia; 2) alguma medicação para aliviar a ansiedade; 3) apoio familiar.
Coloquei em primeiro lugar a psicoterapia porque se a pessoa não aprender a lidar com sua ansiedade, o remédio não funcionará o tempo todo de maneira eficaz. Se a pessoa com síndrome do pânico não aprende a mudar sua forma de pensar e lidar com suas emoções, os remédios não darão conta de eliminar as crises, mas apenas controlar.
Então, surgem perguntas para pensar: há conflitos em sua personalidade a serem resolvidos? Há tensões emocionais nas suas relações sociais? Há dificuldades de autonomia emocional? Há lutas quanto a questões de valor pessoal? Tem você tendência a absorver responsabilidades demais? Tem dificuldades de colocar limites, pedir coisas para si, receber ajuda, dizer ‘não’? Tem cultivado formas negativas, pessimistas de pensar?
Se você encontra problemas nestas áreas, eles precisam de solução, gradativa, passo a passo, mudando seu comportamento, lutando para treinar pensamentos saudáveis, de esperança, de alegria, de perdão, de reconciliação, de valor pessoal, com a ajuda de Deus também.
A alimentação também influi no funcionamento do cérebro. Prefira um regime vegetariano. Pratique caminhadas diárias (30 minutos cada dia, ou uma hora pelo menos três vezes por semana), pois isso também melhora o cérebro. Tente eliminar o café e tudo que contenha cafeína, substituindo por café de cevada, vendido em lojas de produtos naturais. Há em pó para fazer igual café coado ou solúvel instantâneo.
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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