O problema é a solução

Nada acontece em nossa vida por acaso. Diante de problemas, perdas, decepções, a melhor pergunta a ser feita não é “Por que isto ocorreu comigo?”, mas sim “Para que isto ocorreu ou está ocorrendo comigo?”

Claro, nem todos os problemas em nossa vida são a solução para as coisas que necessitamos no processo de amadurecimento. Mas muitos são. Já ouvi familiares de alcoólicos dizerem, ao aprender com o sofrimento fruto do convívio com o alcoolismo, que foi bom para eles terem tido um parente alcoólico, porque tiveram que fazer mudanças positivas em sua própria vida e jeito de ser que dificilmente seriam feitas de outra maneira.

Não queremos problemas. Isto é natural. Mas todos temos. Não há ser humano isento de certas complicações nessa vida. Pode ajudar muito se você passar a olhar seu problema de uma outra maneira, sob um novo ângulo, e começar a fazer para si mesmo a pergunta: “Para que este problema está aqui em minha vida? O que posso aprender com ele?”.

Muitos sofrimentos são evitáveis. Muitos se originam em escolhas ruins que fazemos para nossa vida. E isto pode ocorrer por imaturidade, ignorância, engano, inexperiência, causados por pessoas desonestas e maldosas, mas também por reincidir no mesmo erro vez após vez. Uma boa definição de insanidade é repetir sempre os mesmos atos e querer resultados diferentes.

Devemos passar a ser responsáveis pela nossa sanidade, pela nossa saúde, pelo nosso equilíbrio emocional e parar de ficar culpando os outros, a vida, Deus, as circunstâncias, pelo nosso sofrimento, o qual pode ser físico, emocional, espiritual, financeiro, nos relacionamentos afetivos, etc.

No livro “A Enciclopédia de Medicina Natural” (Andrei Editora), os cientistas Murray e Pizzorno explicam que saúde tem que ver com alimentação saudável, exercícios físicos e atitude mental positiva. E também que saúde deve ser algo de nossa responsabilidade pessoal, individual. Não é do médico, do líder religioso, do seu pai ou mãe (se você não é mais criança), da sua esposa, do seu esposo. É sua. Você faz escolhas e elas podem ser boas ou ruins, saudáveis ou doentias, positivas ou negativas.

Pare de ficar dizendo para si mesmo, num autoengano ou negação, que “não consigo mudar”, “sou assim mesmo, não tenho jeito”. Comportamentos saudáveis dependem de escolhas saudáveis. E escolhas saudáveis dependem de informações corretas, bom senso, serenidade, boa vontade, verdade, honestidade, desejo de amadurecer, atitude e enfrentamento de qualquer dor que surja quando você quer dar o passo para a cura.

Sair da doença pode doer. Mas essa é a dor da cura. E você, como todos nós, temos a escolha de permanecer no sofrimento evitável ou sair dele. Pelo menos do que depende de nós.

Faça escolhas saudáveis e as pratique. Não recue. Não volte atrás porque surge algum desconforto, seja físico ou emocional. Exemplo: as pessoas muito sedentárias, quando começam a praticar exercícios físicos (caminhada, por exemplo), reclamam que os músculos doem. Sim, doem porque estavam parados. Mas esta dor não é sinal para parar, e sim para continuar! Com a prática, os músculos ficarão em melhores condições e a dor irá parar. É só não exagerar. Ir devagar, mas ir.

O mesmo ocorre no nosso mundo emocional. Sair da zona de conforto na qual você está acostumado, para uma atitude melhor, consigo mesmo e/ou com outras pessoas, pode doer, pode causar atritos sentimentais, mas é assim mesmo que se cresce como pessoa.

O problema é a solução porque se for a dor muscular inicial nos primeiros dias de atividades físicas, esta dor estará dizendo: “Continue!”. Se for uma dor emocional, como o medo de dizer algo para alguém, algo que você precisaria dizer para colocar limites aos abusos verbais do outro, mas que sempre engolia, este medo estará dizendo: “Vá em frente, não tenha mais medo de falar o que precisa ser dito. Tenha medo é de ficar se anulando o tempo todo!”. Tome uma atitude hoje para sua saúde, seja física, emocional ou espiritual. Não adie mais. É hoje!