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O amor verdadeiro não é por uma só pessoa
O amor é uma energia. Quando você está movido por ele tudo vai bem, mesmo na tempestade do sofrimento humano. Tudo vai bem porque a energia do amor contamina sua relação com a(s) pessoa(s) ao redor e algum ato terapêutico, de cura, ocorre, podendo ser a eliminação do sofrimento atual, ou o alívio da dor, ou pelo menos o consolo na dor.
Quando você trabalha por amor e com amor, não há como falhar. George Wald, prêmio Nobel de Biologia disse que ele trabalhou com tanto amor que acabou ganhando o Nobel. Para ele o prêmio Nobel foi um prêmio de consolação. O que importa é o amor.
Nem sempre o amor está aqui com a gente de forma perceptível. É interessante como ele aparece em certos momentos quando estamos sozinhos ou em nossas relações com as pessoas. É tão suave, leve, abrangente, luminoso, meigo, firme, determinado, compassivo, unificador. Ele vem, nos toma, e transborda para o outro porque parece que era isso o que queríamos porque era isso o que era preciso, era a grande e maior necessidade naquele instante. Sem ele tudo ficaria técnico, formal, sem recheio, como um discurso vazio, feito só para cumprir uma agenda.
O benefício do amor em mim para o outro, é que ele passa por mim realizando todas as curas possíveis, como uma chuva abençoada que rega a terra que estava ressequida, e que se delicia com o frescor da água celeste. A chuva não seleciona regar somente aquele ou este jardim ou plantação, mas tudo. O amor é para tudo e para todos. Ele é para curar. É ele quem cura.
Quando sou tomado pelo amor princípio (não sentimento só), não há como selecionar as pessoas para quem ele será dirigido. Eu não consigo fazer isto, porque fazer isto é da alçada da paixão e do amor condicional, que são ilusões de amor. Quando o amor me possui, não posso deixar de amar a todos os meus semelhantes, os animais, a natureza. É uma contaminação afetiva positiva. É o agente mais poderoso da recuperação física, emocional e espiritual.
Sendo didático, parece que desse amor verdadeiro deriva o amor sensual saudável, o amor fraternal, o conjugal, o filial, etc. Mas ele é o maior, o todo, o completo, a fonte da vida.
O amor é uma energia quando precisamos dele como energia. E o amor é uma pessoa quando precisamos dele como uma pessoa. A graça é uma energia. A graça é uma pessoa, que deseja entrar em sua vida, um dia de cada vez, todos os dias, atravessar seu ser, preenchendo-o de paz e leveza, e transpassando para seu semelhante necessitado do toque do amor para a cura esperada, com precisão. Você não precisa desse amor? Um amor que produz resultados que nenhum medicamento pode produzir.
Então peça-o, abra seu coração a ele, mantenha sua mente aberta para a chegada dele hoje aí na sua vida, no seu ser. Que ele inunde seu coração hoje e lhe dê a cura possível para esse momento de sua vida! Lembre-se: o amor verdadeiro é paciente e benigno, não é invejoso, não arde em ciúmes, exercita bondade, não trata com leviandade, não se exalta, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não se exaspera, não suspeita mal, não se ressente com o mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha. O amor verdadeiro é por todas as criaturas.
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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