Inteligência emocional: dá para aprender

quarta-feira, 05 de abril de 2017

Inteligência emocional é diferente de inteligência racional. Tem muita gente com QI alto (inteligência racional), mas com dificuldade de exercer inteligência emocional. Vamos ver alguns componentes da inteligência emocional.

Os indivíduos que aprenderam ou estão aprendendo a exercer inteligência emocional possuem características como:

1) Autoconhecimento – elas têm ou estão aprendendo a ter percepção e consciência de seus pensamentos e sentimentos. As pessoas impulsivas geralmente não são boas no conhecimento de si porque funcionam muito no automático, sem refletir. Porém, isto não é algo que ocorre somente com este tipo de pessoa. Há os não impulsivos que fogem bem da autopercepção. Ver a nós mesmos, perceber nossas complicações não é fácil. Mas autores sérios falam que é muito importante conhecer-se a si mesmo. Entre outras coisas, o conhecimento de si próprio pode induzir a uma humildade que abre caminho para que se perceba a necessidade de mudança interior, de aprimoramento. Afinal, como melhorar sua maneira de ser se você não se conhece, não sabe quem é, não percebe seu jeito de funcionar?

2) Autocontrole – pessoas com inteligência emocional conseguem administrar suas emoções de modo que não são dominadas por sentimentos. Interessante que a Bíblia já falava disto há dois mil anos quando recomenda: “Irai-vos e não pequeis.” Carta de Paulo aos Efésios, capítulo 4 e versículo 26. Ou seja, Paulo, que desenvolveu este tipo de inteligência com ajuda espiritual, diz: “Tenha raiva, quando isto é apropriado, mas não deixe a raiva ter você.” Isto é praticar autocontrole emocional, que faz parte da pessoa com inteligência emocional.

3) Empatia – indivíduos com boa inteligência emocional apresentam boa capacidade de sentir o que a outra pessoa diz que experimentou ou ainda experimenta, procurando estar no lugar dela para ter uma noção aproximada do que ela lhe conta sobre a experiência dela, que pode ser uma perda, uma doença, uma vitória, etc. São pessoas sensíveis para com a dor do outro, ou sensíveis para com a alegria também. Geralmente as pessoas autoritárias não são empáticas porque não estão interessadas em entender o outro, mas em usar as pessoas para seus fins egocêntricos.

4) Inteligência social – os que possuem inteligência emocional em bom nível conseguem interagir bem com seus semelhantes, sabem evitar discussões improdutivas, não são pessoas inconvenientes, abusivas. Quando atacadas, não revidam, mas pensam com calma na melhor resposta a ser dada. Refletem. Não se deixam ficar melindrados porque aprenderam que não é sadio interpretar como se tudo fosse contra eles.

5) Automotivação – finalmente, as pessoas com inteligência emocional conseguem exercer a capacidade de buscar atingir alvos, metas. Perseveram e não desistem logo que surge alguma barreira.

Com interesse, dedicação, e prática, você pode desenvolver inteligência emocional, o que o fará uma pessoa melhor, mais leve, menos ranzinza, mais produtiva, menos tensa. Leia um bom livro sobre o tema, assista alguma palestra sobre isto, e comece a praticar uma nova e melhor maneira de funcionar com pessoa, com consciência e perseverança.

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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