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Impertinência x mansidão
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Mansidão é um poder. O maior líder que jamais existiu e existirá, chamado Jesus Cristo, era manso. Ele mesmo disse: “Sou manso e humilde de coração” Mateus 11:29. As pessoas com falta de mansidão podem aparentar fortaleza, mas é só aparência.
Mansidão é um estado de espírito, uma postura comportamental de alguém que tem controle e domínio sobre seu temperamento e atitudes. É uma pessoa calma, paciente, que tem o controle da situação e domínio próprio. Ela é possuída de inteligência emocional. Infelizmente não é fácil encontrar pessoas assim, num mundo cada vez mais violento em que a competitividade agressiva e perversa é aplaudida, desejada e anunciada nas chamadas para candidatos a um emprego.
Podemos citar como sinônimos de mansidão a brandura, afabilidade, delicadeza, docilidade, meiguice, moderação, ternura, suavidade.
Já impertinência é um estado mental, comportamental, em que a pessoa geralmente fala de maneira dura, ríspida, “bronca”. É uma pessoa facilmente ofensiva, rabugenta, insolente, áspera, arrebatada, desarrazoada. Não é fácil lidar com pessoas assim. Geralmente são chefes, o que é diferente de ser um líder. Um chefe pode ser um bom líder. Mas não necessariamente a liderança atrativa é praticada por chefes (de família, de departamentos de uma empresa, de uma igreja, etc).
É importante compreender que uma pessoa mansa não é obrigatoriamente passiva, não produtiva, influenciável, não proativa. De novo uso o mesmo exemplo da Pessoa mais mansa que existiu e existirá nessa Terra, Jesus Cristo, que na Sua vida aqui em pessoa foi a mais produtiva, não influenciável, proativa, que existiu e existirá!
Ter o domínio de suas emoções faz parte da sanidade, do equilíbrio emocional, do bom convívio nos relacionamentos familiares e sociais. Saúde mental tem muito que ver com ter as emoções sem deixar que elas tenham você. Entretanto, no mundo e na filosofia pós-moderna, o principal é você fazer o que seus sentimentos querem, o que dá prazer, custe o que custar. Nessa filosofia o que vale é a relatividade nos princípios, é a busca de satisfação pessoal de qualquer maneira. Isso é o domínio dos sentimentos, o que extremamente perigoso, e diferente de viver os sentimentos de maneira equilibrada.
Se você é uma pessoa impertinente, é possível desenvolver a mansidão. Primeiro admita que você não é uma pessoa mansa. Não busque justificar suas atitudes costumeira e naturalmente ásperas procurando um “bode expiatório” para desculpar sua falta de autocontrole, sua falta de suavidade e de autopercepção. Em segundo lugar, decida querer ser feita uma pessoa mansa. Não confunda mansidão com passividade. Você pode continuar a ser uma pessoa ativa, só que mansa (se é que é ativa). Em terceiro lugar, reconheça sua impotência diante da atitude impulsiva pela falta de mansidão. Deve ser algo tão natural e tão entranhado em sua personalidade que pode ser difícil mudar.
Mas quando reconhecemos, sem desespero, sem autodepreciação, nossa impotência diante de qualquer coisa, apenas aceitando a realidade e a verdade de como temos funcionado como pessoa, algo ocorre para nos ajudar. Quando o aluno está pronto, o professor aparece. E ele lhe ensina a lição. Tudo depende se você fará o dever de casa e se fará esforços para praticar o que lhe será ensinado.
“Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria”
Tiago 3:13.
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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