Identificando um companheiro violento

sexta-feira, 01 de março de 2019

Notícias recentes destacam mulheres vítimas de homens que se tornaram violentos contra elas. Algumas haviam ficado apaixonadas por eles. Como assim? Apaixonar-se por um cara agressivo, violento?

Sim, tudo pode começar como se estivessem no paraíso encantado, com muito afeto, promessas de amor e felicidade. Mas se logo no começo do relacionamento o rapaz apresenta manifestações de raiva forte, muda de repente de humor, se bate nas paredes, atira objetos, grita, isto pode indicar ser um indivíduo violento.

Se ele é de um jeito que tudo deve ser como ele quer, se é possessivo e ciumento, cuidado! Ele quer controlar a mulher, e não quer dividi-la com ninguém, nem mesmo com os parentes dela. “Muitas vezes ele pode humilhar a mulher tanto na presença da sua família quanto perto dos amigos destacando as falhas dela. Dizem que você pode saber como seu namorado te tratará observando como ele trata a mãe dele.

Contudo você pode tirar algumas conclusões olhando como ele trata outras pessoas. Se ele fica com raiva de coisas bobas, se é vingativo, como expressa essa raiva, se de uma maneira humilhante ou ameaçadora. Fique atenta se outras pessoas têm medo dele ou se sentem ameaçadas por ele.” https://www.mulheresdicas.com/intimidade-feminina/quais-os-primeiros-sinais-de-um-homem-violento.html

Quais sinais podemos detectar para saber se o relacionamento deve continuar ou não? Cláudia Bruscagin, psicóloga clínica e professora da PUC-SP, dá algumas dicas sobre namorados: “A pessoa o machucou ou desrespeitou? Seus amigos fazem comentários de alerta? Um ou os dois falam muito de ex-namorados? Vocês dois só ficam juntos sem fazer nada que desenvolva a relação? Conversam e falam pouco sobre o que sentem?

O relacionamento deve terminar quando há mais mágoas do que prazer; houve infidelidade, traição; se você se sente usado, abusado ou sendo feito de bobo; se o namorado sempre critica, culpa ou maltrata; se o ciúme foi excessivo e controlador; se todos os amigos e familiares estão preocupados com o relacionamento; se houver violência ou o estilo de vida do namorado oferecer riscos (é delinqüente, usa drogas, pratica crimes...).” Cláudia B. Schwantes, RA, Junho 2007, p.7.

Agora, o que caracteriza um relacionamento com um homem violento? 1 -Você sente medo do homem com quem vive? 2 - Não sente segurança em sua própria casa? 3 -Além de você, seus filhos também são espancados? 4 -Você se sente cansada de ser humilhada? 5 - Você se sente tolhida por causa do medo? 6 - Seu companheiro começou a usar formas agressivas para lhe obrigar a ter relações sexuais? 7 - As atitudes de seu companheiro têm sido tão violentas que você tem medo de morrer na próxima vez que ele a agredir? 8 - Você já começou sentir no próprio corpo os efeitos da violência e do medo, como dor pélvica, dor no peito, dor de cabeça constante, depressão, hematomas, tensão muscular, ansiedade excessiva?

Se você vive com um homem violento, não fique em lugares fechados com ele. Evite armas e objetos cortantes porque ele pode usar isto contra você e/ou seus filhos. Tenha em mãos os documentos seus e de seus filhos, para não serem destruídos pelo agressor. Mantenha as crianças em local seguro. Fale para parentes e amigos íntimos o que está ocorrendo.

Se você foi sexualmente violentada, não faça a higiene pessoal, não tome banho, nem troque de roupas sem antes ser atendida na Delegacia da Mulher ou por um médico, desta forma não serão apagados sinais que podem identificar o agressor. Se você está num relacionamento assim, saia dele, mesmo diante de promessas dele de que não mais repetirá estas atitudes agressivas. Estes indivíduos violentos não melhoram só com o tempo e geralmente não cumprem as promessas de mudar. Saia desta relação e proteja-se do perigo. Procure a Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher e faça a denúncia.

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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