Colunas
Guerra contra a fitoterapia? - 25 de novembro.
Fitoterapia (do grego therapeia = tratamento e phyton = vegetal) é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças (http://pt.wikipedia.org/wiki/Fitoterapia). O mundo caminha, apesar da guerra acirrada dos laboratórios de produtos sintéticos, para uso mais amplo das ervas medicinais.
Importante entender que fitoterápico é diferente de homeopatia e de florais. A ciência chamada farmacologia explica os mecanismos de ação dos fitoterápicos, mas não consegue explicar os dos produtos da homeopatia e nem dos florais.
Na Alemanha 75% da população já utiliza produtos fitoterápicos. Ela detém 39% do mercado europeu, apesar de possuir somente 20 plantas próprias da região, enquanto que o Brasil possui cerca de 25 mil espécies.
Há um grupo de cientistas, a Comissão E, que estuda e pesquisa a fitoterapia e aprova, ou não, o uso de algum produto botânico pelas pessoas. Nas Faculdades de Medicina da Alemanha, estuda-se fitoterapia, que é prescrita por 70% dos médicos, contra 3% no Brasil.
Em 2004, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução (RE 89) que facilitava o registro de 34 fitoterápicos, com a intenção de incentivar a produção e baratear o custo para o público (dados de http://www.neomondo.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=150:fitoterapia-a-medicina-sustentavel&catid=57:saude&Itemid=60 24Ago10).
Num livro com 519 páginas, chamado Herbal Medicine: Expanded Commission E Monographs, Mark Blumenthal apresenta informações científicas sobre ervas medicinais. O livro encadernado custa 70 dólares no www.amazon.com. Ele apresenta extensiva supervisão e referências científicas sobre o tema.
No Brasil, veja um excelente trabalho que você pode baixar na internet, no endereço: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/fitoterapia_no_sus.pdf, intitulado A Fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos, publicado pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e Departamento de Assistência Farmacêutica, em 2006.
O Sistema Único de Saúde (SUS) financiou seis novos medicamentos fitoterápicos. A partir de 2010, os postos de saúde poderão oferecer fármacos produzidos à base de alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, isoflavona da soja e unha de gato. Com isso, o número de fitoterápicos financiados pelo SUS passa de 2 para 8. Os novos produtos – preparados, a partir de plantas medicinais – são indicados para o tratamento de problemas, como prisão de ventre, inflamações, artrite reumatóide e sintomas do climatério.
Os medicamentos são extraídos de espécies da flora brasileira não ameaçadas de extinção. Assim, o financiamento segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que os países usem os recursos naturais disponíveis, no próprio território, para promover a atenção primária à saúde. (Fonte: Pharmacia Brasileira - Setembro a Dezembro 2009 p.31 - http://www.sejaexcelente.com.br/uteis/Fitoterapicos-na-Rede-Publica.pdf).
Comprei há uns dois ou três anos um livro chamado Natural Medications for Psychiatric Disorders: Considering the Alternatives, organizado por David Mischoulon e Jerrold F. Rosenbaum, ambos da Harvard University. Neste livro há capítulos sobre fitoterápicos, como o Hipérico, a Valeriana, entre outros produtos.
Semana que vem continuo com o tema.
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário