Diferentes formas de inteligência—Valorize a sua

quarta-feira, 08 de outubro de 2014

O nível de inteligência varia de pessoa para pessoa. Isto em termos de inteligência racional (QI). Inteligência emocional vai além e engloba a maneira como a pessoa lida com suas emoções, que são um dos componentes da mente humana. Será que há pessoas que são inteligentes em todos os aspectos? Existem pessoas com talentos múltiplos e são especialistas em tudo?

Em 1912, Wilhelm Stern criou o termo QI – Quociente de Inteligência, também descrevendo a "idade mental” e a "idade cronológica”. O QI seria o resultado da divisão da idade mental pela idade cronológica. Já em 1916, Lewis Madison Terman, em seus estudos, pensou em multiplicar o QI por cem, com isto eliminaria os decimais. Ele acreditava que o QI era uma capacidade mental que a criança nasceria com ela, seria imutável e não poderia ser alterada pela educação, pelo ambiente familiar e nem por outras circunstâncias da vida. A classificação do QI ficou, então, assim:


QI acima de 140 = genialidade

Entre 121 e 140 = inteligência muito acima da média

Entre 110 e 120 – inteligência acima da média

Entre 90 e 109 – inteligência normal

Entre 80 e 89 – embotamento

Entre 70 e 79 – limítrofe

Entre 50 e 69 – raciocínio lento


Mas é interessante observar que crianças inteligentes não necessariamente conseguem um ótimo desempenho na vida adulta, e crianças que tiveram complicações nos estudos na infância, depois se tornaram adultos com grandes realizações.

Na verdade, há múltiplas inteligências. Podemos classificar a inteligência em oito formas:


1) Linguística ou verbal – típico de atores, apresentadores, locutores, professores, advogados, etc.

2) Inteligência lógica-matemática – matemáticos, cientistas, engenheiros, economistas, físicos, etc.

3) Musical – compositores, artistas, cantores, músicos, etc.

4) Corporal-cinestésica – atletas, cirurgiões, dançarinos, artesãos, etc.

5) Espacial ou visual – médicos, navegadores, pintores, arquitetos, etc.

6) Naturalista ecológica – ambientalistas, arqueólogos, ecologistas, etc.

7) Interpessoal – pais e mães, religiosos, psicólogos, vendedores, professores, etc.

8) Intrapessoal – líderes, gurus, conselheiros, mentores, filósofos, etc. (dados desta matéria foram tiradas do artigo "Formas e InteligÊncia, QI”, Jenner Cruz, Membro Emérito da Academia de Medicina se São Paulo, Suplemento Cultural da Associação Paulista de Medicina, Março 2013, n.244, p.5-7).


Veja, então, que estas formas diferentes da inteligência se manifestam em pessoas diferentes e nos revelam que deveríamos ser mais misericordiosos e valorizadores de todas as pessoas ao invés de exaltar só os de um mesmo padrão e criticar os que estão fora dele. O pensamento aplaudido na sociedade é relacionado com as pessoas que são proativas, empreendedoras, ou são atletas ou artistas (cantores e atores). Mas segundo os estudos da inteligência humana, vemos que estes grupos de pessoas são apenas uma fatia da humanidade enquanto características do ser mental. Há os outros tipos. E precisamos de todos.

A justiça para ser justiça na existência humana teria que valorizar todos os tipos de pessoas com suas inteligências variadas. Mas a gente sabe que não é assim que a sociedade funciona. 

Então, pelo menos, valorize a si mesmo(a), e não se deixe abater pelo fato da sociedade endeusar os proativos, os artistas, os atletas, especialmente jogadores de futebol, e ser indiferente e/ou desvalorizar os que não possuem estas formas de inteligência.

Todas as pessoas são valorosas. Todas são dignas. E todas deveriam ter as mesmas chances. Todas são necessárias. Valorize sua forma de inteligência, mesmo que seus parentes, em seu trabalho, ou a sociedade não a valorizam. Use sua inteligência para ajudar a aliviar o sofrimento de alguém. Esta é a forma mais gratificante de viver.


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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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