Deve a maconha ser legalizada? - 26 de agosto.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A substância mais usada na marijuana, ou maconha, é o THC – tetrahidrocanabinol. Muitos componentes da maconha são encontrados no tabaco. Mas o THC é característico dela. O conteúdo de THC na planta varia muito dependendo da maconha. Um laboratório pode trabalhar com uma qualidade bem menos tóxica dela que pode ser muito diferente da que é usada em várias partes do mundo. Assim, alguns cientistas pronunciam que a marijuana é inocente, enquanto que outros, em outras partes do mundo, tendo acesso aos cultivos potentes, encontram efeitos no corpo que são realmente perigosos.

Estudos têm demonstrado que o THC da maconha passa dos pulmões através do sangue para o cérebro. Enzimas no cérebro não podem quebrar o THC como conseguem mais rápida ou completamente com a nicotina do cigarro comum. Assim os efeitos agudos da marijuana são de muito mais longo tempo do que os da nicotina. Algum THC pode permanecer uma semana inteira no corpo.

Os fumadores de maconha geralmente inalam com muito mais força e profundamente para tentar conseguir mais THC. Isto pode lesar mais devido ao monóxido de carbono e alcatrão absorvidos mais do que no cigarro comum. A Associação Britânica do Câncer relata que o alcatrão de cigarros de maconha contém 50% mais concentrações de carcinógenos como o benzopireno e benzantraceno do que o cigarro comum. A média de cigarros de maconha fumados em 1960 continha 10mg de THC. Hoje em dia eles podem ter cerca de 150mg.

A maconha interfere nas ondas cerebrais normais e deprime a atividade elétrica do córtex frontal que é o lugar principal do caráter e poder moral das pessoas. A memória recente fica prejudicada com uso modesto de maconha. Ela reduz a motivação a cognição (raciocínio), o aprendizado, a habilidade para concentrar-se.

É verdade que pequenas doses de marijuana fraca produzem inicialmente leve euforia, depois sensação de paz. Pesquisadores, entretanto, verificaram que quando deram maconha a animais de laboratório que estavam muito estressados, eles começaram a se automutilar, como comer sua pata. Isto tende a sugerir que algo parecido seria ligado às tentativas de suicídio em usuários de maconha. Já que estes animais normalmente não se automutilam, eles agiram assim por ação da droga.

Dr. Strongsky, da Fundação Nacional de Ciência da Suíça, num estudo com 9.268 adolescentes suíços, verificou que um quarto deles foram classificados como usuários no presente ou no passado de maconha e que houve uma maior prevalência de risco de comportamentos antisociais, acidentes, tentativas de suicídio nos usuários da droga comparados com não usuários.

Um estudo na Autrália envolveu 311 pares de gêmeos idênticos e não-idênticos do mesmo sexo. Os que tinham usado maconha aos 17 anos de idade foram duas a cinco vezes mais propensos ao uso de drogas adicionais, dependência de álcool e abuso de drogas do que os que não usaram maconha na mesma idade. Os pesquisadores controlaram outros fatores de risco neste estudo, tais como início cedo do consumo de álcool e tabaco, conflitos familiares, separação dos pais, abuso sexual, depressão e ansiedade. Não houve diferença entre os gêmeos idênticos e não-idênticos, sugerindo, assim, que os fatores principais foram mesmo o ambiente e o uso da maconha como causas das complicações comportamentais.

O THC pode inibir o sistema immune no cérebro de maneira que pode ocorrer encefalite (inflamação do cérebro). O THC suprime a proliferação de células T importantes para defesa do corpo, e inibe a liberação de interferon com GABA, substâncias naturais da imunidade humana.

Fonte: http://www.wildwoodhealth.org/index.php/plants-a-herbs/167-should-marijuana-be-legal - Autor: Bernell Baldwin, Ph.D., Journal of Health and Healing, © 2010 Wildwood Health | Wildwood Lifestyle Center & Hospital

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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