A juíza e a jornalista – afetadas pela deterioração mental social?

sábado, 31 de julho de 2010

A mídia divulgou nessa semana o incidente da universitária com roupas provocativas numa faculdade brasileira, expulsa à princípio e depois readmitida na universidade. Inacreditável a fala de uma juíza e de uma repórter sobre este caso! A juíza afirmou que houve preconceito contra a mulher e repressão contra a sexualidade feminina! Se eu tivesse ouvido isto no rádio e, portanto, sem ver a pessoa, imaginaria uma juíza muito jovem deslumbrada e prepotente por adquirir poder sobre destinos de vidas humanas que o magistrado lhe confere, e supersensualizada. Usa ela minisaia provocativa no tribunal? Mas era notícia na TV e, assim, vi a juíza, uma senhora de uns 65 anos de idade. Sua fala foi deprimente, infeliz, enojadora e revoltante pela posição de juíza – alguém muito bem pago para julgar questões na sociedade em busca de ... de quê? De justiça, preservação dos bons costumes? Ao meu ver ela foi contra a justiça, o bom senso e infeliz com o depoimento sobre a jovem que expunha seu corpo de modo supersensual em ambiente estudantil e sobre a punição recebida. Ela disse que a jovem fora punida injusta e preconceituosamente e que aquela universidade fora abusiva, quando, na verdade, creio, a jovem é que foi abusiva, admitindo num outro telejornal que havia exagerado e que tinha certa culpa pelo ocorrido! Antes de tomar a decisão de colocar limite para os abusos desta moça, a universidade, no seu direito de preservar os bons costumes, havia conversado mais de uma vez com esta aluna, pedindo sua cooperação. Não adiantou.

A jornalista da TV anunciou ser absurdo a instituição colocar regras contra o comprimento de uma saia porque, disse ela, “Será que existe limite para comprimento de minissaias?” Será que esta jornalista pensou no que ela disse? Será que ela percebeu a besteira que disse?

A sociedade decai mais e mais por misturar limites saudáveis com preconceito, liberdade de você ter seu ponto de vista com discriminação. Juntam coisas que são separadas. Em nome de liberdade, abrem-se as fronteiras do “abaixo a discriminação” e o que vem é anarquia. Defender bons costumes não é hipocrisia ou contradição. Contradição, a meu ver, são pessoas religiosas num momento “rezarem” na igreja e em seguida sair e embebedar-se na festa de um “padroeiro”. Hipocrisia é um grupo de religiosos com a Bíblia na mão orando e em seguida explorarem a boa fé do povo com lavagem cerebral para obter doações, dízimos, ofertas.

Olhem os sem-terra apoiados financeiramente pelo governo depredando propriedades públicas e particulares. Quem paga e se responsabiliza por isto? O que o governo faz para coibir isto? Reforma agrária valida depredações e impunidade por “pena” dos sem-terra? Se eles são “tadinhos” e “inofensivos”, já pensou “se fossem” violentos?

O professor Aurélio define “moral” como: relativo aos costumes; conjunto de regras de conduta consideradas como válidas; relativo ao domínio espiritual. E “moralista” como: que ou quem defende valores morais ou de boa conduta. O moralista perverso é o que prega uma coisa e pratica o oposto. Destruir princípios de boa moral como revolta contra moralistas hipócritas é o mesmo, por exemplo, que soltar os marginais das prisões porque há maus policiais.

O contrário de anarquia não é necessariamente ditadura ou proteção aos latifundiários. O contrário do direito de pensar diferente não é obrigatoriamente preconceito. O contrário de ter seu ponto de vista sobre certas questões morais não é o mesmo que discriminação. Pode ser tão abusivo uma mulher expôr seu corpo indevidamente num ambiente escolar onde se vai para estudar, pesquisar, ensinar, quanto ela ser discriminada pela instituição que a expulsa se ela não infligiu padrões de conduta éticos conhecidos na instituição. Escrevi “se ela não infligiu”. Se ela infligiu, será juridicamente errado a instituição tomar uma providência para proteger a ética naquele ambiente? A jovem universitária tem o direito de fazer o que quer sem limites na Universidade para não ser discriminada? A Universidade não tem direito de colocar padrões de conduta no seu ambiente? Quem discrimina quem? Podem-se respeitar as escolhas das pessoas sem concordar com o que elas fazem. Mas não temos o direito de fazer o que queremos num ambiente social. E não concordar com o que as pessoas fazem não é preconceito ou discriminação. De novo, é liberdade, aliás, garantida pelo nossa Constituição.

Quando o país faz uma lei para proteger negros quanto a vagas nas universidades, não está discriminando-os? São eles menos inteligentes e por isso precisam ser protegidos na competição com os brancos, reservando-se vagas para eles?

Os comentários daquela juíza e da jornalista, lamentavelmente, são uma amostra do rebaixamento dos princípios morais e éticos na sociedade. São uma amostra do pensamento anárquico. Triste e revoltante. Mas se a sociedade quer isto e aprova isto, então aguentem o preço. E ele é alto. Qual o preço desta falsa liberdade? Gravidezes indesejadas, doenças sexualmente transmissíveis, superficialidade das relações humanas, intoxicações alcoólicas com acidentes graves e mortes, violência, invasões de propriedades particulares, destruição de patrimônio público e privado, falsa felicidade, dependência química, rompimento de laços familiares, corrupção em todos os níveis, etc. Quem domina sua mente? O bem ou o mal? A luz ou as trevas? A justiça ou a injustiça? A verdade ou a mentira? Você tem a escolha.

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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