Um Flamengo de altos e baixos

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Amigos, acredito que quem é torcedor de verdade do Flamengo esteja se recuperando da traulitada que o Rubro-Negro levou do Corinthians neste domingo, em pleno Maracanã. Um resultado que nenhum flamenguista esperava. O Urubu jogou um futebol de abutre, e o resultado foi mais uma decepção em casa.

Chama a atenção a instabilidade do Flamengo neste campeonato. Para citar este momento, faço uma comparação.  Imagine, você friburguense, saindo da cidade num fim de semana rumo à Região dos Lagos. Todos sabem, a RJ 142, a Estrada Serra-Mar, é cheia de inclinações e declives. Uma hora você sobe, depois desce, tem curvas acentuadas para ambos os lados e exige uma absurda atenção do motorista. Isso tudo sem falar no cenário, que é perfeito para aquela fotografia digna de postagem nas redes sociais. 

E o que esta comparação tem a ver com o Flamengo? O time vence o Coritba, fora de casa, e perde para o Atlético Mineiro, com Maraca cheio. Até aí, aceitável, mas isso se soma a vitória conta o Joinville, em Santa Catarina, seguida da derrota frustrante para o Figueirense, no Maior do Mundo. Lamentável, né?

Aí vem a grande façanha do time na temporada. Jogar contra o Internacional, no Beira-Rio, é sempre complicado. O histórico não favorece em nada o Mengo. Pois bem, a gente vai lá, acompanha uma estreia iluminada do novo ídolo da Nação, o time faz uma partidaça, e a torcida e se enche de esperança com a vitória. "Agora embala", "Ninguém vai segurar o nosso Mengão", "Preparem as taças!", diziam os torcedores antes do jogo deste fim de semana. Só que, esse embalo, parou no Corinthians - por sinal, um dos times que o torcedor do Flamengo detesta perder - que reinou absoluto no palco da final da Copa do Mundo. Não quero entrar no mérito das ausências de Guerrero e Sheik visto que, se houve o acordo para antecipar a liberação dos jogadores, este tem que ser respeitado. No entanto, ficou muito claro que, sem os dois, o Mais Querido do Brasil tem um time mais do que comum.

Se ao olhar para o elenco, assim como o motorista admira a paisagem da Estrada que nos leva ao litoral, o torcedor reconhece que o elenco não é dos piores, sem a perfeita condução é grande a chance de um acidente, das coisas não andarem bem, sabem? Cristóvão foi absurdamente passivo no jogo de domingo. Não dá pra aceitar que o Flamengo não tenha alternativas para as jogadas laterais que foram bloqueadas pelo Timão; que as duas tentativas que levaram perigo ao gol do adversário sejam em chutes de longa distancia no segundo tempo, com Marcelo Cirino e Paulinho; que o capitão do time tenha tanta instabilidade dentro de campo, chegando ao ponto de iniciar a série de trapalhadas que culminou no segundo gol corintiano, afundando qualquer chance de recuperação técnica e emocional do time. O Flamengo não é um clube sem elenco, mas também podemos dizer que é um TIME, tamanha a falta de sintonia dentro das quatro linhas.

Mas sempre há uma luz no fim do túnel, com Guerrero e Emerson entrando na equipe efetivamente. Assim como o motorista que transita pela RJ 142, indo para Rio das Ostras, Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo, ou mesmo retornando para Nova Friburgo, os cenários de destino são belíssimos. O que o torcedor espera é que, com essas duas peças importantíssimas plenamente disponíveis, haja a sensação de que valeu a pena esperar, e que essa paciência se transforme em curtição, comemoração, euforia...

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