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Quem perde é o futebol!
Amigos, eu queria começar essa coluna falando da incrível vitória do Flamengo no clássico, colocando o time na segunda posição do Brasileiro. Ou poderia falar do sensacional retorno do ídolo Jefferson, com defesas formidáveis e pegando até pênalti. Até sobre o empate, fora de casa do Fluminense, após sofrer e segurar uma pressão daquelas do Bahia. Mas o tema de hoje não tem como deixar de ser outro senão os atos de selvageria no Clássico dos Milhões do último sábado.
Antes de qualquer coisa, a derrota de um time jamais pode servir como justificativa para tanta violência e revolta. Crianças, mulheres, famílias, profissionais de imprensa... Todos abismados com a confusão formada após o apito final de Anderson Daronco. Sempre choca demais ver pais correndo com os filhos para fugir da baderna. Desde que me entendo por gente, futebol é um esporte, é diversão, e não pode ser levado como uma religião, algo pelo qual você dá a vida. Um homem, de 27 anos, saiu de casa para assistir o jogo do time do coração. Depois do disparo de uma arma de fogo, não voltou mais.
Essa é a realidade que queremos para o futuro? Como teremos coragem de levar nossos filhos para assistir a uma partida sem saber o que nos espera?
E o culpado disso tudo é aquele que potencializa essa rivalidade, quem diz que é guerra, que vale tudo pela vitória!
O Ministério Público do Rio de Janeiro determinou a interdição de São Januário. A CBF proibiu jogos com público no estádio e o STJD vai julgar toda a confusão. Claro que as medidas servem para dar uma resposta ao que foi visto no último sábado, mas esse realmente é o caminho? E os baderneiros que lá estavam jogando copos, latas e bombas, poderão voltar ao estádio livremente? Um efeito não pode se tornar uma causa, o torcedor de bem não pode ser penalizado por gente que vai pro estádio para brigar...
E o Vasco, que pode ficar por um bom tempo sem o seu principal jogador: o torcedor.
No segundo turno, Flamengo e Vasco voltam a se enfrentar, com mando do Rubro-Negro. Espero, realmente, que essa partida não seja na Ilha do Urubu com duas torcidas. A rivalidade tem que ficar dentro de campo, e a zoação entre os torcedores deve ser sempre em um tom leve.
Chega de perder vidas para o futebol.
Onde é que vamos parar?
Na semana que vem a gente volta!
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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