Não fez mais que obrigação

segunda-feira, 09 de novembro de 2015

Amigos, no meu tempo de ensino médio, no Colégio Estadual Jamil El- Jaick, um certo professor de biologia era mestre ao trabalhar nossa disciplina de um modo bem sutil. Toda semana, ao final das aulas, ele nos mandava fazer uns exercícios que estavam no nosso livro. Esses "deveres de casa" precisariam estar feitos, certos ou errados.

Na aula seguinte, havia a correção desses exercícios. Aleatoriamente, o professor escolhia um dos alunos da turma para responder às questões. E o mestre ficava atento, se alguém não tivesse feito o dever, perdia pontos na chamada "avaliação de participação". Esses pontinhos faziam a diferença no final do bimestre, ainda mais para quem não levava a disciplina a sério. E para quem fazia o dever e respondia corretamente, engana-se quem pensa que havia alguma recompensa. Se alguém pedisse algum pontinho que seja, o professor diria "Não fez mais que a sua obrigação"

Pois bem, o Flamengo entrou e campo no domingo, goleou o Goiás, se afastou de qualquer risco de rebaixamento, ajudou o maior rival e... só. O time recebeu o recado das arquibancadas. A cada um dos quatro gols, a torcida gritava que os jogadores estavam ali pra isso. É claro que uma vitória por 4 x 1 é pra animar qualquer um, mas as circunstâncias na qual o Rubro Negro se encontra - e se colocou - de certa forma tornam compreensíveis as atitudes dos torcedores.

Alan Patrick fez o dever de casa direitinho. Com o "Bonde da Stella" reintegrado, coube a ele mostrar que o ganho técnico no retorno dessa turma foi importante. Mas é necessário comprometimento, e eles receberam o aviso, da diretoria e da Nação. Pará, Everton e Paulinho principalmente. Não basta ter bola, é preciso entender o que significa vestir essa camisa. Ela pesa. A torcida faz ela pesar.

E nessa de demonstrar certo desleixo com os compromissos profissionais, o "Bonde da Stella", mesmo de volta, perdeu pontos com a torcida. E Alan Patrick, voltando a fazer uma boa partida após uma sequência daquelas, diríamos, lamentáveis, tem a consciência de que não fez mais do que a obrigação dele.

Semana que vem a gente volta!

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