"Não é time de esquina não"

domingo, 13 de março de 2016

Amigos, a frase deste fim de semana é do mestre Muricy Ramalho. Ao ser questionado do motivo pelo qual Emerson Sheik é o cobrador de penaltis do time, ele foi objetivo "(O Flamengo) Não é time de esquina não!" O que representa esta afirmação? Muita coisa! O Flamengo deste ano mostra planejamento, visão, foco. Mesmo que o futebol esteja sendo meio duvidoso, acredito que o caminho traçado esteja sendo seguido, e que, no fim do ano, o torcedor e a diretoria terão uma avaliação positiva da temporada.

Vamos começar pelo cuidado com os jogadores lesionados. Me impressiona a atenção que o departamento médico tem dado aos atletas com o mínimo sinal de desgaste físico ou lesão em potencial. Observamos o tratamento com Ederson. Houve acompanhamento desde a pré-temporada, foi colocado em campo na hora certa, rendeu ao máximo nas partidas em que atuou e... retornou ao estaleiro? Por que? PELO PLANEJAMENTO! Em outras oportunidades, viamos jogadores com o físico capenga sendo colocados em campo, agravando ainda mais as lesões. Hoje, não é mais assim, e o camisa 10 é o maior exemplo deste tratamento diferenciado percebido pela torcida. Isso sem falar em Nixon, que vem voltando aos poucos, e em Mancuello, em evolução gradativa depois de ter sofrido contusão contra o Resende.

Outro exemplo são as contratações, a criação de um elenco forte e variado. Foram feitas contratações pontuais em alguns setores, como na lateral direita, na defesa e no meio campo. Pontuais, fundamentais e certeiras. Foi muito importante ter Muricy Ramalho trabalhando na montagem deste plantel e na formulação de um esquema de jogo consistente. Ele sabe exatamente o que tem nas mãos e como tirar o máximo desses atletas. Rodinei, Juan, Cuéllar e William Arão são ilustrações desses tiros no alvo, que chegaram e se encaixaram no estilo pretendido pela comissão técnica. Não foram contratações bombásticas, mas que agradam, e fazem aquilos que lhes é determinado em campo. E olha que nem citei o Mancuello, que encantou desde o início, e será muito importante no Brasileirão. 

Mas contratar não é tudo. Tenho certeza de que você, torcedor, não fazia nenhuma questão de Gabriel, Everton, Cesar Martins, Márcio Araújo, Pará (esse eu continuo nem fazendo)... Só que surgem suspensões, lesões e convocações. Nisso, a diretoria acertou. Não se desfez de jogadores que ainda podem dar um caldo, render e fazer com que o time permaneça com o mínimo padrão, quando os titulares saírem. Fora a utilização consciente das categorias de base, como citamos na coluna de semana passada. Se Kayke foi vendido, é porque Felipe Vizeu vai dar conta do recado, e por aí vai...

E o Estádio? Sem Maracanã, que pode ter de tudo, menos partida de futebol, a diretoria se manifestou e o treinador se posicionou, em favor de uma casa só. Para o Carioca, Volta Redonda. Para o Brasileiro, Brasília. É necessária essa identificação do local onde vai jogar, da estrutura do estádio, se acostumar com o deslocamento, se PLANEJAR. Olha a palavra aí de novo. E aí chegamos no fato das cobranças de pênalti. Ter um jogador determinado para fazer a cobrança, sem aquela disputa chata de saber "quem vai bater", é ter uma predefinção base, baseada em treinamentos, em conhecer o grupo, num planejamento.

É símples. Na nossa vida precisamos desse planejamento para viajar, para as compras do mês, para comprar um carro, uma casa, ou mesmo um celular. Precisamos nos organizar para parar os impostos, para votar, para estudar, para ter filhos... Por que em um time de futebol isso seria diferente? E os times com o mínimo de planejamento conseguem crescer, e o Mengão está nesse caminho.

Não, o Flamengo não está mais parado na esquina. Essa época já passou time está pronto para seguir Rodovias, Estradas, Pontes-aéreas... Se precisarem ir do Oiapoque ao Chuí, podemos ter certeza, quem manda lá dentro está preparado.

Semana que vem a gente volta!

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