Meias que (não) justificam os fins

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Amigos, ficou para trás essa história de que o Flamengo não vence no Paraná. Não existe mais tabu no Couto Pereira. Nos últimos três jogos no estádio, são três vitórias do Mengão. Sem meias palavras, freguês passou a ser o Coritiba. O Atlético Paranaense que se prepare, pois o Mais Querido do Brasil vai passar a se impor, também, na Arena da Baixada. Aguardem! Portanto, uma dica para os pessimistas e pés-frios: podem ir tratando de colocar aquele par de meias, porque a reação está só começando!

No entanto, apesar da brincadeira e do otimismo que me são comuns e com os quais vocês, leitores, já estão se acostumando, aproveito o espaço para falar, especificamente, sobre um setor bem vulnerável do Rubro Negro: o meio-campo.

Analisando como um todo, o time tem dois setores com peças que estão se acertando. A defesa, com Wallace e Samir, está cada vez mais bem postada, sem levar sustos, e contando com atuações cada vez mais seguras de Paulo Victor. Lá na frente, ainda sem Paolo Guerrero — peruano que já conta com a simpatia de Flamenguistas e Corintianos, que representam cerca de metade da população brasileira —, as coisas começaram a fluir. Na semana passada o meia, colocado na ponta esquerda, Gabriel fez o gol da vitória contra a Chapecoense. No último sábado, a cabeçada de Eduardo da Silva — esse tremendo chama-gol que a torcida já considera pakas — foi morrer no fundo das redes alviverdes. Só que o cruzamento veio de Luiz Antônio, meia de origem que encontrou seu lugar na lateral direita.

Definitivamente, as vitórias em sequencia do Flamengo não se devem a atuações brilhantes de quem atua na meiúca.

Por qual motivo as peças do meio do Flamengo não estão funcionando? Jonas acabou expulso, Marcio Araújo correu, mas ainda não convenceu. Everton nem de longe é aquele atleta que foi a referência criativa do Fla no ano passado. Caceres está servindo a Seleção Paraguaia na Copa América, e é importante nessa formação defensiva consistente do Flamengo. Alan Patrick chegou, mas o período de adaptação é que dirá para que veio o atleta. Almir se machucou e Arthur Maia, perdoem-me os fãs que eventualmente possa possuir, precisa evoluir muito para contribuir com o esquema proposto por Cristóvão Borges. Não o vejo sendo útil nessa tática mais estática em relação ao estilo que vinha sendo adotado por Vanderlei Luxemburgo. Vejo muito futuro no Jajá, que está com a seleção sub-20 disputando o Mundial na Nova Zelândia. (Aliás, tem que gostar muito de futebol para ficar acordado até quase duas horas da manhã, de sábado para domingo, para assistir uma partida de quartas de final de juniores, entre Brasil e Portugal.)

Meio sonolento, meio criativo, meio disperso, meio comprometido, meio confiante... Ainda vejo o time do Flamengo na metade do caminho para buscar uma reação. Na tabela, chegar até a metade, hoje, pode  ser considerado uma evolução. Só que a torcida é exigente, não basta um time de meia-tigela, jogar um futebol meia-boca. com avaliações meio-termo. A Nação merece um time forte, difícil de ser batido em casa, botando medo nos adversários, ganhando títulos. E essa história de que "o futebol de hoje se decide no meio-campo" tem que ser como um mantra para os atletas flamenguistas.

Sábado é dia de enfrentar o Atlético Mineiro, nesse horário bacana de 16h30. Pra você torcedor, vale a pena torcer pelo time no duelo contra o Galo e depois fazer aquela média com a patroa e levá-la pra comer aquela pizza meia frango com catupiry e meia portuguesa. #ficaadica

Na semana que vem eu volto. Nem no meio nem no fim dela, na segunda-feira mesmo!

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