Uma Black Friday diferente...

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Black Friday: sobre o que mais tenho visto propagandas aleatórias nesse universo apresentado a nós por meio da internet. Está aberta a temporada. Muitos produtos sendo ofertados, alguns deles com preços realmente incríveis. Outros, nem tanto. Bastante marketing. Alguma ansiedade. Lucros para as empresas. Oportunidades surgindo. A roda da economia girando. Consumidores investindo seus créditos. Desejos materiais sendo concretizados. Coisas e mais coisas. 

Muita gente ficou de olho na Pré Black Friday, no aguardo pela sexta-feira de produtos com super desconto, e com sorte, as apostas dos produtos remanescentes ficam para a semana seguinte. Este evento importado dos Estados Unidos parece inaugurar a estação das compras de natal e aos poucos vem agregando alguns hábitos nos consumidores brasileiros.

Conheço várias pessoas que estão de olho nas ofertas dos dias que circundam a tal super sexta-feira para escolherem destino de férias, esperançosos por passagens aéreas mais baratas. Artigos de casa e decoração para as festas de fim de ano aguardando nas vitrines das lojas físicas e virtuais pelos olhinhos brilhantes das pessoas que, prestes a receberem seu décimo terceiro salário, desejam direcionar seus investimentos.

Roupas, eletrodomésticos, eletrônicos, aparelhos de telefonia, utensílios e os mais variados objetos saltam nas telas como letreiros luminosos carentes, ávidos por nossa atenção. E aí fica difícil de resistir. Que oportunidade! Comprar aquilo que se quer por um custo menor (em tese). Parece um bom negócio. Irresistível, por vezes. Mas...coisas são apenas, coisas.

Seria um sonho se existisse um dia em que as ofertas com as quais mais sonhamos nos pudessem ser oportunizadas. Aquelas que o dinheiro não compra. As que não têm valor a ser mensurado. As que não estão à venda e não podem ser transferidas entre as pessoas... o tempo que não volta, o abraço de uma pessoa querida que se foi, o amor da família, o afeto dos amigos. Os momentos inesquecíveis. Ah! Se pudéssemos importar de algum país do mundo, talvez do oriente, um dia, um milagre, uma chance qualquer de trazermos as pessoas amadas de volta, nem que fosse por alguns minutos. Muita gente daria tudo o que tem por uma sorte dessas.

Isso porque o que podemos viver de mais valioso na vida, não se compra, não se vende, não se expõe em vitrines, não cabe em sites, não pode ser estimados. O que mais importa, no início, no caminho e no final das contas, são as pessoas com quem partilhamos a vida, é a gratidão que plantamos em seus corações, o amor que nos esforçamos para dar. Que tenhamos sabedoria para não esperar o ano todo pelo "dia do consumo mais barato" para investirmos amor, atenção, zelo, cuidados àqueles que nos importam. Todo dia é dia.  Amor é amor em cada inspiração do ar abençoado que chega aos nossos pulmões.

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Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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