Mês Doze

sexta-feira, 07 de dezembro de 2018

Parece que foi ontem que eu estava pensando no que escrever para a transição do ciclo do ano. Conectei-me na energia da abundância e assim fiz meus agradecimentos, pedidos e prospecções. Desejei a fartura de tudo, da saúde, do amor, da prosperidade, das experiências. Desejei abundância de afetos, de sentimentos, de força de enfrentamento e superação.

Como num piscar dos olhos, chegamos ao mês doze, ao último mês desse intenso ano. De novo. A sensação é de que ainda há tempo de restabelecermos planos projetados para o início do ano vindouro. Sem deixar para o ano que vem. Sem esperar janeiro. Sem jogar a toalha de forma antecipada. O ano não terminou. A hora é agora. Ainda cabem recomeços. Os cacos podem ser rejuntados. Os sentimentos podem ser expressos, frases ditas, encontros feitos. Outros desfeitos. Ainda dá tempo de começar a dieta, de investir na atividade física, de se matricular numa faculdade, pensar em uma viagem , aprender a tocar piano, dança de salão, sei lá. Há tempo para visitar o ente querido que mora longe, ligar para o amigo distante, responder àqueles e-mails adormecidos. Há tempo e a hora pode ser agora. Mania estranha essa de acumular a vida para o início do ano seguinte.

Todo dia é dia de semear. Não haverá colheita de nada se nada for plantado. Hoje. Ainda dá tempo de concentrar energias boas para esse final do ano. Menos consumo, mais abraços. Menos ansiedade e preocupação com dinheiro e mais valor ao tempo com a família. Realmente não podemos economizar a vida para o amanhã. Cada dia é um milagre. Que dezembro traga bons ventos de esperança, resiliência, superação, união, fraternidade, gratidão e amor a todo mundo. Doze de doze. Dá tempo. 

Reflexão da semana:
“Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida. Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual à mim.”
Ana Jácomo

TAGS:

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.