Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Estamos a poucos dias do Natal e as músicas típicas da época já entoam os ambientes. “Papai Noel, vê se tem a felicidade pra você me dar.” É o pedido feito na letra da canção “Boas Festas”, da cantora Simone, que ouvimos (e por vezes cantamos) em todo canto. Se o Papai Noel realmente existisse e tivesse o condão mágico de realizar desejos, quantos de nós clamaríamos por esse presente: a felicidade. Não posso dizer que todos, pois sabemos que a unanimidade é tola. Mas acredito que muitos. Se a felicidade não é o destino que perseguimos, o que mais desejamos?

O conceito de felicidade é que muda consideravelmente de pessoa para pessoa. Há quem sinta a plenitude ao degustar um bom vinho. Conversa com os amigos. Uma viagem desejada. Abraço de gente querida. Há quem se alegre com os presentes materiais, com a aquisição de bens, com a realização de um sonho. Há as súplicas pelo príncipe encantado, pela aprovação nas provas finais. O desejo impossível de trazer pessoas que se foram de volta... Tanta gente está de olho nas rabanadas, panetones e quitutes deliciosos (alguns fugindo das uvas passas, é verdade).

Mas, e a tal felicidade, aquela profunda, perene, desejada, praticamente inatingível? Será mesmo que alguém poderia nos presentear com esse sentimento? Segue realmente o movimento de fora para dentro e não de dentro para fora? Saudade da infância em que a ingenuidade nos faz imaginar que uma carta escrita com amor, posta em uma árvore de natal, poderia surtir o efeito almejado. Bastaria ter sido “boa pessoa” o ano todo. Doce ilusão.

A bem da verdade, felicidade é responsabilidade individual, busca solitária e constante, norteada por valores de vida e bastante esforço pessoal agregado a tantos outros elementos. Ainda que existisse a figura encantada realizadora de desejos, quantos seríamos verdadeiramente merecedores dos prêmios pretendidos? Fazer por merecer é o caminho. A vida inteira.

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Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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