Enfim, dezembro

sexta-feira, 01 de dezembro de 2017

Chegamos em dezembro. Vivemos e sobrevivemos a mais um ano e o que mais tenho ouvido nos últimos dias se refere à sensação de velocidade com que o tempo está passando... Uns desejando que o ano difícil termine logo, outros lamentando que está correndo demais. É como se o inconsciente coletivo na realidade estivesse consciente de que precisamos de um pouco mais de calma e que a vida não para mesmo não, como diz a música.

Juntamente com o último mês do ano, se aproxima não só o desfecho de mais um ciclo com a perspectiva da chegada do novo, como também aflora o espírito de fraternidade. É tempo de celebrar, de confraternizar, reunir amigos e familiares, repensar o ano que está se encerrando e projetar os desejos do ciclo vindouro.

Época boa para refletir sobre o que pode ser melhorado, sobre os planos frustrados, sobre a forma de realizar sonhos. Tempo em que a emoção aflora. Tanta gente feliz pelos reencontros. Tanta gente grata pelo saldo positivo do ano.  Tanta gente sentindo saudade. Tanta gente sentindo solidão. Tanta gente sentindo falta de alguma coisa, sentindo pesar por algo que poderia ter sido e não foi ...

Enfocando esse ângulo, aproveitar os eventos de final de ano para renovar os sentimentos de fraternidade universal pode ser considerado um dos grandes trunfos desse mês. Compartilhar abraços, risadas, copos, lembranças, piadas. Compartilhar dores, amores, propósitos de vida. Compartilhar fé. Compartilhar a vida e acima de tudo, amor.

Se o tempo parece galopar e se as relações humanas são tão valiosas, aproveitar o final de ano para fomentar a interação com quem compartilhamos a rotina, o ambiente, a família, a vida, pode ser uma oportunidade enriquecedora que tantas vezes não priorizamos durante o ano inteiro, e que aliás, muitas vezes acumulamos propositadamente para gastar de uma vez só, agora.

É tempo de refletir sobre o que a vida tem de mais humano para oferecer, que são justamente as relações entre os homens, de criatura para criatura.  Tempo de perdão, harmonia, companheirismo, cooperação, paciência, superação, cuidado, afeto, união, altruísmo, cortesia, bondade, amor.

Acredito que a vibração com que encerramos um ciclo pode ser determinante para a estreia do ciclo vindouro, que se renova com a passagem do ano. Estamos justamente nesse período, com a oportunidade de fazer a transição com gratidão, apesar dos pesares, escolhendo os sentimentos, pensamentos e ações que desejamos priorizar, para nós e para toda a humanidade.

Que as luzes de natal que já começam a enfeitar e brilhar nos lares e nas ruas, nos convidem a iluminar a nós mesmos e ao próximo, com o que de mais bonito possamos oferecer. É tempo de luz. Não por ser dezembro... mas o espírito natalino tem a magia de nos aproximar do que verdadeiramente importa como essência. Desejo a todos um feliz e próspero dezembro, lembrando que a difusão do amor e do espírito fraterno são atemporais.

Trecho para refletir: "Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas. O que é preciso mesmo é coragem para abrir o presente". (Ana Jácomo)

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Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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