Ao mestre, com carinho

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Dia 15 de outubro celebramos o dia do professor e por força de ocasião tão especial (que mereceria festejos diários), aqui rendo minhas singelas homenagens  a todos os mestres, na condição de aluna que sempre serei e também como feliz professora que me tornei. Aproveito ainda o ensejo para estender os cumprimentos à razão de ser de um professor realizado: seus alunos.

Felizes aqueles que reconhecem nessa relação entre professor e aluno o tesouro infindável de crescimento, de partilha de conhecimento, de experiências preciosas, de afeto transbordado.

A data merece uma digressão. O professor ou a professora, talvez seja nosso verdadeiro primeiro contato com o mundo humano (e adulto) para além da família, ainda na infância. Quando entramos na escola, é esse profissional importantíssimo quem nos conduz para um novo universo, para novas etapas de aprendizagem e interação. Lembro-me de como essa figura me importou desde a primeira vez. Muito valor sendo agregado. Sentia como se tivesse naquela pessoa, alguém em quem eu poderia confiar. A quem orgulhosa eu mostrava minhas primeiras sílabas escritas e quem eu adoraria que hoje lesse meus textos. Alguém que me ensinou muito sobre as letras, a convivência e os seres humanos.

Guardo até hoje nomes, sobrenomes, jeitos, trejeitos, vozes e, principalmente, ensinamentos, de muitos dos professores que tive ao longo da vida. Cravaram seus rostos em minha história de maneira indelével. E alguns desses mestres, a quem guardo no coração com apreço especial, possuíam (possuem) uma característica, além da brilhante formação e do notável conhecimento do conteúdo: o amor ! Nítido amor por lecionar; tão límpido quanto o amor pelos alunos. De importantes para minha formação, se tornaram, então, inesquecíveis.

Em tempos sombrios, felizmente continuo crendo que a educação é o caminho. Sou defensora fervorosa de que o estudo fomenta a construção de um patrimônio incalculável e intransferível. Acredito que a formação de profissionais alinhados com sentimentos nobres, conhecedores de seus deveres e defensores de direitos e prerrogativas de todos os seres, possa transformar o mudo. Para melhor. Cada vez mais. Sem limites. Tenho esperança.

Nesse contexto, ser professor é uma grande e difícil missão. Muito difícil. Tem que amar para exercer.  Por felicidade, cruzamos com alunos tão incríveis que a tarefa fica mais leve e prazerosa. Contribuir positivamente para o crescimento de alguém é algo sublime. Por isso, dia e noite desejo manifestar gratidão aos alunos, pois sem esse grupo tão especial de gente do bem, também não cresceríamos como pessoas que somos antes de sermos profissionais.

Anos depois do meu primeiro contato com o adorável mundo das salas de aula, a vida me fez professora. De gente grande. De gente linda, de gente cheia de sonhos. E dificuldades. E peculiaridades muitas vezes difíceis de lidar. E força de vontade. Sinto vontade de dizer que tudo vai dar certo para eles. Sinto que vai. É o que desejo para cada um deles. É preciso se manter no caminho do bem. E serem honestos. Serem esforçados. Acreditarem em seu potencial. E trabalharem duro. Estudarem muito. Sentindo-se muito gratos pela oportunidade de evoluírem.

Os grandes exemplos de devoção à profissão que vejo em muitos professores, uniram-se à uma vontade pessoal de contribuir para fazer pessoas felizes onde quer que eu esteja. Acredito plenamente nessa fórmula. Empatia, carinho, cumplicidade são combustíveis para o crescimento coletivo e individual, para a tolerância, o respeito e a dignidade que vai muito além dos livros.

Em nome de todos os alunos, manifesto aqui o agradecimento e devoto as homenagens a todos os professores. Em especial, representando todos os mestres, dedico essas palavras aos professores que tive ao longo de toda a vida nos ambientes acadêmicos, aos professores que tenho em casa, sempre me ensinando a importância de ser correta, justa e honrada e também a todos os meus queridos alunos, por quem sinto um amor difícil de nominar.

Reflexão da semana:
“Os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor”.
Rubem Alves

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Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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