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Um filme rubro-negro
Após andar por todo este país, o Flamengo finalmente voltou para o Rio, só que ainda não pode descansar feliz. Se resolvêssemos fazer um filme, contando todas as histórias que o Mais Querido viveu neste campeonato brasileiro, a trilha sonora certamente seria A Vida do Viajante, celebre canção de Luiz Gonzaga. Mas, em uma história tão intensa, recheada com os mais diversos sentimentos, qual seria o gênero que melhor retrata tudo que foi vivido?
Podemos optar por um drama. Sim! Uma história dramática é sempre interessante, principalmente quando se tem muitas reviravoltas ao longo do filme, além de uma forte carga emocional. Jogos dramáticos, viradas, sufoco, tropeços, emoção de sobra, todos estes ocorreram no campeonato. Porém, não sei ao certo se seria possível encaixar todos os bons momentos que vivemos, e também os que ainda poderemos viver.
Poxa, se houveram tantos bons momentos, talvez seja o caso de contar uma história romântica, não é mesmo? História esta em que vários protagonistas (cerca de 40 milhões, na verdade) se uniram para carregar um time até o topo da tabela, tudo isso abastecido pelo amor à instituição. Mas esta história já teve um fim? Já podemos concluir o romance? Deu certo ou não?
E se escolhermos uma aventura como nosso gênero? Certamente será uma ótima opção, encaixa-se perfeitamente com a trilha sonora. Neste, poderíamos descrever, de uma melhor forma, todas as história que foram contadas nas andanças do Flamengo pelo Brasil; cada torcedor que o apoiou, cada sorriso que despertou, cada grito de gol que proporcionou. Tudo, até o momento em que, definitivamente, voltou para casa. Então, esta é a melhor opção? Não.
Na realidade, não podemos definir se trata-se de uma aventura, drama, ou qualquer outro gênero, justamente porque ainda estamos vivendo todas as emoções desta história. Seremos campeões? Lutaremos até o fim? Como podemos recontar algo se ainda não sabemos o final! Este pode ser o o inicio do Plot twist (aquela parte em que acontece a reviravolta do filme), então é preciso aguardar o transcorrer das cenas. Cada jogo é um capítulo diferente, ainda estamos no 32° capítulo, e vamos até o 38°.
Ontem, no jogo contra o Corinthians, certamente vivemos uma história romântica, misturada com uma forte carga de drama. O Maracanã voltou para o seu verdadeiro dono, e este organizou o evento com primor. O Mengão preparou a casa para aquela que ele ama, e esta compareceu apaixonada como sempre; a Nação cantou, apoiou, fez festa, mosaico, deu show! Uma verdadeira declaração de amor, que sempre acontece, mas que jamais cansaremos de assistir.
O resultado? Este entra na parte dramática do romance. Inclusive, um drama desnecessário. Se dependesse apenas da Nação, contaríamos uma história de amor, pura e sem dramas, daquelas em que há uma separação, mas que no reencontro tudo da certo e o final é feliz. Entretanto, não foi assim. Futebol e justiça nem sempre caminham juntos. Por isso, precisamos pular para o próximo capítulo.
Também precisaremos deixar a definição do gênero do filme, que tanto foi abordada no início do texto, para a 38° rodada. Inclusive, todo esse papo de filme, serve para reforçar o fato principal: o campeonato ainda não acabou. Está difícil? Sim. Mas é justamente nestas horas que nós crescemos. Superamos as dificuldades como poucos. Esta é a hora do nosso plot twist, porque nós fazemos a diferença. Vamos apoiar, até o último momento, para chegarmos ao final que mais nos interessa: o hepta.
Na próxima semana eu volto, certamente com uma história melhor. SRN
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