Copo meio cheio ou meio vazio?

terça-feira, 22 de novembro de 2016

No domingo dissemos adeus, momentaneamente, ao cheirinho de hepta. Essa reta final de campeonato não fluiu da maneira como esperávamos. O time cansou, o futebol caiu, a chance de título sumiu. Agora, cabe-nos a tarefa de apoiar o time até o fim, para o Flamengo garantir a vaga direta na fase de grupos da libertadores. Mas, a questão que fica é a seguinte: esta foi uma temporada ruim?

Pergunta complicada, resposta polêmica. A torcida está dividida quanto a isto. Domingo, no Maracanã, vi torcedores tristes e frustrados, aceitando esse fim de temporada como consequência do cansaço pelas excessivas viagens da temporada. Mas, também, vi torcedores exaltados, xingando tudo e todos pela "incompetência" do Flamengo nesta reta final.

Enfim, o Flamengo começou a temporada sem opções para a zaga. Este foi um grande complicador para o nosso time. Para quem não lembra, tínhamos Cesar Martins e Wallace como opções para acompanhar o veterano Juan. E foi assim, com essa zaga, que começamos o campeonato brasileiro. O resultado já sabemos. Sofremos muito, até que a diretoria finalmente contratou Réver, Donatti e Vaz.

Também tropeçamos e perdemos pontos bobos diante de vários adversários. Quem não lembra daquele pênalti no último minuto que o Alan Patrick perdeu contra o São Paulo? Ou do gol que o Vaz entregou ao Fluminense? E aquele empate diante do Botafogo no primeiro turno? Dentre outros.

Além disso, sofremos com a falta de uma casa para jogar. Desde que o Rio foi escolhido para sediar as Olimpíadas, todos sabiam que ficaríamos sem o Maracanã em 2016. Mas deixaram para pensar nisso no ano olímpico. Por isso, nosso elenco se desgastou com viagens e mais viagens.

Porém, não considero 2016 um desastre total. Erramos no planejamento, na montagem de elenco e não conseguimos o mais importante: títulos . Mas, o que tivemos de positivo foi a estruturação do clube, a confirmação de uma postura profissional e o início da "colheita" após todos aqueles anos sofrendo com elencos medianos/fracos.

Neste ano, nos livramos de alguns jogadores fracos, qualificamos o nosso elenco e voltamos a disputar o título brasileiro de forma efetiva. Claro, levantando o caneco seria muito melhor. Entretanto, acredito que teremos um ótimo ano em 2017. Ou seja, 2016 preparou o terreno para a próxima temporada.

Eventualmente, pode aparecer alguém por aqui me questionando com algo como: "Não ganhamos nada, cara! Todo vez dizem que o ano mágico é o próximo. Mas este ano nunca chega!". Sim, realmente. Até eu já estou cansado do tal ano mágico que a diretoria tanto fala. Porém, é notório que o trabalho está sendo bem feito. Não tão rápido quanto queremos, mas está. O CT saiu do papel, camisa recheada de patrocínios, elenco com cada vez menos jogadores fracos e, agora, a confirmação de que teremos um lugar para chamar de nosso nos próximos três anos.

Este assunto merece até um parágrafo exclusivo. A diretoria errou ao não arrumar uma casa para o clube durante os jogos olímpicos. E pelo visto aprendeu com o erro. A partir de agora não dependeremos tanto do Maraca quanto nos últimos tempos. E isso é ótimo para o clube. Com o estádio da Portuguesa da Ilha, o Flamengo terá mais tranquilidade para negociar com o governo em busca de uma nova licitação para o Maracanã. E se as coisas não caminharem ao nosso favor, poderemos buscar o nosso estádio, para esquecermos de vez do Mario Filho.

O Flamengo não pode, jamais, se conformar com pouco. Até por isso, não consigo dizer que foi uma boa temporada a plenos pulmões. Um ano sem título não é um ano que corresponde a grandeza do Mais Querido. Não mesmo. Mas, da mesma forma como foi com o estádio, espero que a diretoria veja os erros e corrija para a próxima temporada.

Ainda existe, no elenco, jogadores fracos que não condizem com o tamanho do Fla. Esses jogadores não podem ficar para próxima temporada. Espero que a diretoria analise friamente o elenco. Além disso, tivemos experiências complicadas em competições de mata-mata, precisamos tirar lições destas eliminações para que consigamos fazer bonito na Libertadores. Então, vamos dizer que esta foi uma temporada regular, com acertos e falhas. Uma temporada que pode nortear o nosso caminho em 2017.

Não existe uma maneira correta de pensar futebol. Cada um tem seu gosto, sua filosofia, suas convicções. Deixei a minha opinião aqui. Mas o espaço está aberto para questionamentos e comentários.

Até a próxima! SRN

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