Aqui é Flamengo

quinta-feira, 09 de março de 2017
Foto de capa
(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Existe um torneio que mexe de forma intensa com o imaginário de todo e qualquer rubro-negro. Este torneio é capaz de fazer o torcedor relembrar de glórias passadas, mas, ao mesmo tempo, de almejar conquistas futuras. Uma competição que já foi divisora de eras outrora e que pode vir a ser mais uma vez. É lógico, estou falando da Copa Libertadores.

Na noite de ontem, estive no Maracanã e senti de perto toda aquela atmosfera criada pelo torcedor rubro-negro. Mais que apenas um mosaico, a Nação foi para o jogo com gana e vontade de participar intensamente da partida. Não conformados com os shows habituais no setor Norte, os torcedores rubro-negros apoiaram e cantaram – muito – em todos os cantos do templo sagrado do futebol brasileiro.

Com uma atmosfera como essa, qualquer resultado diferente do que aconteceu na noite de ontem seria injusto. O time pode até não ter começado tão bem quanto os fanáticos torcedores queriam – e mereciam –, mas bastou o segundo tempo para golear o San Lorenzo por 4 a 0.

Não foi domingo, não era o Zico, mas aconteceu no Maracanã: o camisa 10 fez a diferença. Diego comandou o Flamengo e participou diretamente de todos os gols, inclusive, abriu o placar para o Mais Querido com um gol de falta que o Galinho assinaria tranquilamente.

Um começo digno para quem tem uma camisa tão pesada e quer voltar a conquistar a América. Um começo digno para o clube que reservou um tempo para se reestruturar e que agora quer colher os frutos.

É justo

Em tempo, gostaria de falar um pouco sobre todo este incomodo que o Flamengo gera em certos rivais. Entendo, não deve ser nada fácil viver do passado e observar o Rubro-Negro se impor cada vez mais no cenário nacional. Porém, é necessário compreender que palavras desconexas não alteram a realidade.

Tentar vilanizar o Flamengo por estar buscando o melhor para si é fácil, difícil é superar os números do Mais Querido. Seja em ibope, arrecadação ou mesmo em números absolutos de torcida, o Rubro-Negro sobra. Por isso, é mais que lógico que o Fla tem o direito – e obrigação – de buscar sempre os melhores contratos para si.

Além disso, é preciso acordar para a realidade do século XXI. Relembrar o passado é lindo, recordar as conquistas e glórias é fundamental. Mas ficar preso aos títulos e vitórias do século passado é um erro.

Quem realmente é gigante não precisa se reafirmar, o mundo do futebol reconhece.

Até um tempo atrás, o Flamengo se limitava a recordar o passado e conformava-se com as dividas – deixando assim a bagunça reinar na Gávea. Hoje, o clube busca o melhor para si, paga dívidas, se estrutura e ainda arruma um tempo vago para reformar o Maracanã. Tudo isso, para nunca mais ser chamado de "flalido" – como já foi chamado por estes mesmos rivais – e para ter conquistas do mesmo peso do passado no futuro. Tentem o mesmo, talvez assim tenhamos um futuro mais promissor no futebol carioca.

Na próxima semana eu volto. SRN.

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