Vexame nacional

Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.

Hoje é dia

• da árvore
• da luta nacional das pessoas com deficiência
• do fazendeiro

O dia

Em 21 de setembro de 1949 foi proclamada a República Popular da China. Os primeiros anos foram de crescimento nacional. Ao mesmo tempo que se desenvolvia a produção, a China empreendeu grandes esforços para estabelecer a definição da propriedade pública dos meios de produção.

Palavreando

“O amor não se vê com os olhos mas com o coração”
(William Shakespeare)

Observando

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Vexame nacional

Estou há uma semana tentando digerir o grande mico nacional que brasileiros promoveram nas redes oficiais da embaixada alemã no Brasil. Para qualquer pessoa minimamente consciente é um pouco absurdo imaginar que brasileiros tentaram ensinar para alemães o nazismo. Mas isso aconteceu de verdade.

O episódio ocorreu em resposta à um vídeo divulgado pela embaixada em suas redes sociais com o intuito de divulgar a história da Alemanha. O material traz informações sobre como os alemães “são ensinados a confrontar os horrores do holocausto”. No vídeo, a história, tratada com a devida responsabilidade dos fatos, explicita que o nazismo é uma ideologia de extrema-direita. Mas no Brasil polarizado em que vivemos pouco importam os fatos, por isso, brasileiros descontentes foram até a página questionar o grau de conhecimento da embaixada alemã sobre sua própria história. Sim, teve brasileiro passando essa vergonha, e não foram poucos.

Os alemães por sua vez se assustaram com a ignorância propagada e relataram que em seu país ninguém contesta a origem política do nazismo. Todos por lá sabem que se trata de um movimento que surgiu da extrema-direita. O nó na cabeça desses brasileiros acontece devido ao nome do partido de Adolf Hitler “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães”. Porque as palavras ‘socialista’ e ‘trabalhadores’ foram utilizadas, nada no universo convencerá essas pessoas que o nazismo não é de esquerda.

Mas quem ainda tiver disposição para tentar, deixo aqui um outro fato: trabalhadores formavam boa parte da base eleitoral do país, por isso, as palavras ‘socialismo’ e ‘trabalhadores’ foram incluídas como forma de atrair este público, uma propaganda política que nada tinha a ver com ideologia. Já o Partido Comunista da Alemanha realmente era de esquerda e não tinha nada em comum com os nazistas.

Contudo, não foi apenas isso que os direitistas contestaram na página da Embaixada da Alemanha, alguns negaram inclusive o holocausto. Para essas pessoas o massacre de seis milhões de judeus não passa de uma ‘holofraude’. Em resposta, a embaixada alemã no Brasil lembrou que “holocausto é um fato histórico, com provas e testemunhas que podem ser encontradas em muitos lugares da Europa”.

As discussões, no entanto, não cessaram, e os brasileiros que tem a convicção de que o nazismo era de esquerda e o holocausto nunca existiu, seguem por aí espalhando esses e outros absurdos, propagando ódio e fertilizando o solo para a possibilidade de que tenhamos aqui movimentos tão aterrorizantes quanto o nazismo. Parece que o 7 a 1 nunca tem fim.

Graduações mais procuradas

De acordo com o Censo da Educação Superior 2017, Direito, Pedagogia e Administração são os maiores cursos de graduação do país em número de alunos. O levantamento foi realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Juntos, esses cursos representam mais de um quarto das matrículas: 27,4%. A liderança desses cursos, tanto em número de matrículas quanto em ingressantes e concluintes, vem sendo percebida desde 2009. Em 2017, do total das matrículas vigentes, 10,6% são em Direito; 8,6% em Pedagogia; e 8,2% em Administração.

Graduandos no país

Segundo o levantamento realizado através do censo, no Brasil o ensino superior tem cerca de 8,3 milhões de estudantes em cursos de graduação. A maior parte dos estudantes está matriculado em instituições de ensino privadas, com 75,3% das matrículas. Ao todo, 6,5 milhões estão matriculados em cursos presenciais e, cerca de 1,8 milhões, em cursos a distância.