Uma crônica que não terminei por ser crônico o meu querer…

sábado, 04 de maio de 2019

Eu vejo essas grandes luzes e só penso em você. Eu vejo essas pessoas de altura gigante, mas só quero alcançar você. E você tão distante vê o mesmo céu de estrelas que vejo. Identifica o Cruzeiro do Sul e as Três Marias. Observa as constelações de cada signo em que sou Leão e você Aquário ou Peixes, não sei. Leão não é paraíso de nenhum dos dois. Não há combinação. Mas violamos a força dos astros pra mostrar que temos mais força do que eles. Será?

Penso em você e por isso sofro. E ao ver você, suavizo a vida na proporção que sua discordância me traz o peso que não quero carregar. E na leveza da sua honestidade empurro sua infantilidade ao abismo que não quero derrocar. Deixo você. Somos todos crianças nesse parque de amar. Amar é uma seara que poucos conseguem entrar. Menos ainda os que permanecem.

Por que esse encontro em semana de carnaval? Por que se fazer carnaval o ano todo? Por que se repartir na música que manda se entregar? E vou! Colocar aliança no seu dedo. Segredo nos meus medos. Porque não sei do amanhã, ainda que o passado possa me levar à depressão e o futuro a uma ansiedade besta que me desprenda de acreditar. Mas acredito em você.

Ah, te amo como crônica que está em permanente construção. Pois se ontem foi amor fácil em que previ amor certeza, hoje simplesmente é amor. Desses que cala todas as metáforas e incendeia as correntezas. Os ventos não podem impedir o fluxo que me leva para querer ter o que só você pode me dar. Só depende de você? Não! Independe de nós dois, tanto quanto necessita da sinergia que produzimos e que só nós dois conseguimos e podemos fabricar.

Desfaçamos os nós que amarram essas inquietudes que não param de se escrever e se enfileirar em linhas que vão para além da folha do caderno. Encerro então mais uma crônica de jornal que se estende a outras edições, mas não atende às vãs ilusões de quem não sabe qual será a manchete do dia seguinte.

Agora? Queria estar com você aqui na felicidade passageira de quem quer seu sorriso para aprender a sorrir. De quem embarca no seu olhar de menino que não perdeu a capacidade de chorar ou gargalhar com os olhos. Te peço: me ensina?

Na entrada que é saída, amo quem chegou sem eu nunca ter me despedido. Egoísmo banal de quem recusou a luxúria e os pecados que furtam a liberdade para ser então feliz. Livremente feliz devo me prender ao que sinto. É crônica que não terminei por ser crônico o meu não saber você, o nós... Para que saberia, se posso vivenciar? É uma crônica esparramada de poesia que não termino por ser crônico o meu querer... Você.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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