Um caminho para não seguir

Pelos próximos meses, a jornalista Laiane Tavares assina a coluna no lugar do titular Wanderson Nogueira. A Justiça Eleitoral determina que candidatos nas Eleições 2018 não podem apresentar, participar ou dar nome a programas de rádio e TV. A regra não se aplica aos órgãos impressos. Mesmo assim, o colunista e A VOZ DA SERRA, em comum acordo, optaram pela alteração neste período. Wanderson Nogueira volta a assinar o Observatório em outubro, após o período eleitoral.

Hoje é dia

• Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla

O dia

Por desdobramento de uma reivindicação encabeçada pela escritora Glória Perez, no dia 30 de agosto de 1994, o Senado brasileiro aprovou o projeto de lei que transformou em crime hediondo o homicídio qualificado ou praticado por grupos de extermínio. Glória teve a filha Daniela assassinada em 1992. Após a tragédia iniciou o movimento e colheu 1,3 milhão de assinaturas reivindicando a lei.

Observando

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Palavreando

“O que nós tomamos como garantido pode não estar aqui para os nossos filhos”. ​(Al Gore)

Um caminho para não seguir

“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada”

Esse trecho do poema ‘no caminho com Maiakóvski’, de Eduardo Alves da Costa, define um pouco do momento político que estamos vivendo e para onde ele está nos levando. Temos ouvido em silêncio discursos violentos que disseminam ódio e afastam a possibilidade de um país digno para todos. E todos, caros leitores, são todos. Ultrapassamos o limite do debate de país, para invadir a vida dos outros.

Tem gente querendo definir o que deve ser o Brasil, não a partir dos seus sonhos, mas sim, da opressão que deseja, por intolerância, sujeitar o outro. Estamos com tanto medo, e já sofremos tanto, que culpar apenas o governo parece já não satisfazer, estamos buscando nos nossos vizinhos a resposta para uma razão.

Como se a fila do SUS fosse gigante por um pecado que cometemos. Como se o desemprego fosse um castigo divino. E assim, muitos caem na falácia de quem prega o horror como saída. Não sairemos dessa sacrificando a felicidade e o sonho dos outros, porque num dia levam eles, no outro levam você. Quem propõe mais violência, não pode te proteger. Não vá por aí, esse não é o caminho. O amor vencerá o ódio. Precisa vencer.

Mulheres em desvantagem

Mesmo mulheres sendo maioria entre a população e eleitorado (52%), a representação feminina na política deve permanecer desigual, um problema que já começa no número de candidatas que disputam a eleição: a cada 10 concorrente apenas 3 são mulheres. O quadro contraria uma lei de mais de 20 anos que estabelece uma cota mínima de 30% para as mulheres nas listas de partidos e coligações. É pra refletir, se nem com as leis conseguimos mudar essa lógica de desigualdade, imagine se tivermos na presidência da república alguém que não pretende combater essa desigualdade.

Candidatos sem partido

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 20 candidaturas avulsas para a presidência da república foram solicitadas por candidatos. No artigo 14, parágrafo 3º, inciso V, a Constituição impõe como uma das condições de elegibilidade a filiação partidária, e este é o impeditivo para 18 dessas 20 candidaturas não oficializadas.

Candidaturas vetadas por partidos

Em relação aos outros dois casos dentre esses 20 que não tiveram as candidaturas respaldadas legalmente, existe filiação partidária, mas não há aprovação do partido para disputa do pleito. No caso de João Antônio Ferreira Santos, do PSC, o partido chegou a aprovar uma outra candidatura para a presidência, mas depois decidiu se unir ao Podemos e apoiar Álvaro Dias. Por fim, a candidatura da jornalista Valéria Monteiro foi barrada pelo partido, o PMN, que decidiu não ter candidato a presidência e também não participará de nenhuma coligação. Esses pedidos aguardam decisão da presidência do TSE.

Milhares de candidaturas

Para esta eleição, segundo a Justiça eleitoral, 28.348 candidatos pediram registro para concorrer aos cargos em disputa – presidência da república, governo de 26 estados e do Distrito Federal, duas vagas de senador por unidade da federação, deputado federal, estadual e distrital. São 13 candidatos a presidente, 199 a governador, 355 a senador, 8.368 a deputado federal, 17.526 a deputado estadual e 963 a deputado distrital.