A revolução dos caminhoneiros

quinta-feira, 24 de maio de 2018

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Segredos são motivações para o desvende, por isso foram feitos para serem descobertos.

A revolução dos caminhoneiros

Quem diria que uma das categorias de profissionais mais escanteadas da nação iria parar o país? Com essa, eles não contavam. Mas quem paga o preço é toda a população brasileira, quando deveria ser o governo. A falta de alternativas para pressionar o governo federal leva o caos a todos. Que todos possam ter clareza de que os culpados por isso não são os caminhoneiros, mas o governo e que alguém precisava gritar contra ele.

Políticas de economia focadas em inflação e em pagamentos de juros aos milionários estão derretendo em segundos. A malfadada gestão do preço de combustíveis se prova equivocada na prática. Não é a inércia do presidente Michel Temer, mas o retrocesso Temer. Ele e o grupo que o sustenta são vendilhões da pátria, vilões da história.

Os caminhoneiros querem a diminuição no valor dos combustíveis que aumentou 50% só neste ano e nos últimos 12 meses praticamente dobrou. Não é só por eles. Mas por todos! Mas também poderiam reclamar da situação das estradas, da indústria das multas de trânsito, dos roubos de carga e assim por diante. Reivindicações não faltam perante tantas atrocidades que tiram destaque do Brasil de tantas potencialidades.

Sem os caminhoneiros, o Brasil não anda. A escassez de produtos eleva preços, as exportações não chegam aos portos, aviões não decolam e até o ir e vir de todos, pobres e ricos fica comprometido. Quem tem carro, não tem combustível para abastecer. Quem precisa de transporte público tem o sofrimento diário ampliado pela escassez de horários, com risco de não ter o serviço muito em breve. O fato é que em apenas quatro dias os transtornos são incomensuráveis. Todos, absolutamente todos, são afetados. Mas sem mexer com todos não há revolução.

Desde o trabalhador mais simples ao grande empresário. Do aposentado ao microempreendedor. Do produtor rural ao estudante. Alimentos estragam porque não chegam. A ausência de insumos mata a produção do campo e da indústria. Quanto mais demoram as respostas, mais o Brasil agoniza. O país vem agonizando faz tempo, mas o movimento dos caminhoneiros acelera e escancara esses tempos sombrios.

Enquanto isso, no alto de sua embriaguez, o governo faz chantagem. Para baixar impostos dos combustíveis, impõe a oneração da folha de pagamento. Tratam o Brasil com demência, insistem no toma lá dá cá como se fossem donos dos brasileiros. Escravizam-nos embutidos de toda a sua vaidade e soberba.

Talvez esteja nascendo uma revolução pelo povo. Talvez não. Se os impactos são reversíveis a médio prazo, algo nasce desse movimento: o verdadeiro poder não está nos palácios, está no povo trabalhador que, consciente de sua importância, de repente é mais que uma ameaça, é condutor das mudanças que nos gritam.

Redução da frota dos intermunicipais

A greve dos caminhoneiros não atinge apenas os ônibus urbanos. A circulação dos ônibus intermunicipais já opera com redução brutal. Segundo o Controle de Operações da Fetranspor, cerca de 40% da frota de ônibus intermunicipais de todo o estado já não operaram por conta da ausência de óleo diesel, combustível do modal, entregue pelos caminhoneiros nas garagens.

Serviços interrompidos

A exemplo do que já acontece em Nova Friburgo com os ônibus da Faol, a operação dos intermunicipais com 60% da frota só estaria sendo possível pelos esforços para abastecimentos em postos de gasolina convencionais. Caso o protesto permaneça, a situação pode ser agravar ainda mais, com possibilidade até de impossibilidade total de circulação dos ônibus já a partir de amanhã, 25.  

Feriadão comprometido

Agravante ainda maior é o feriadão de Corpus Christi na próxima semana. Quem planejava viajar já deve rever roteiros. Mesmo com a greve se encerrando nas próximas horas, seria necessária pelo menos uma semana para regularizar a situação. Operadores do setor aconselham aguardar o desenrolar dos fatos.  

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.