A república fluminense

quinta-feira, 30 de março de 2017

Hoje é dia

  • da integração nacional
  • da saúde e nutrição
  • do espiritualismo moderno

O dia

Em 31 de março de 1984, o então presidente Figueiredo anunciou, em cadeia nacional de rádio e TV, que seu sucessor seria escolhido por votação indireta. Ele prometeu para o futuro a eleição direta em dois turnos.

Observando...

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Palavreando

Lutemos, sem armas nas mãos, mas com o espírito que emana da nossa real esperança de que apenas com a nossa voz e nossos passos podemos fazer a diferença. Salve as nossas cotidianas revoluções! 

A república fluminense

O estado do Rio de Janeiro vive um péssimo momento. Possivelmente, o pior de sua história. Diriam que essa falência começou quando a capital federal deixou de ser aqui e passou para Brasília. Mas quando começou a falência moral e ética? Alguns responderão que começou com o Cabral de 1500. Outros, com o Cabral dos anos 2000. O fato é que neste momento as pessoas estão morrendo de fome ou nas filas dos hospitais ou por balas de discursos nas favelas.

Muitos dirão que chegamos ao fundo do poço. Eu também já disse. Mas aí o poço se mostra ainda mais fundo. Não, não chegamos ao fundo do poço. Tanto quanto parece ser ainda mais distante a verdadeira luz no fim do túnel. Não pode ser a luz do trem do metrô, fruto de um dos muitos absurdos provenientes da ganância e luxúria de alguns poderosos umbigos.

O Rio tem jeito? Sim! Claro que tem! Difícil é ter jeito sem que todos paguem pelos erros de alguns. No entanto, há que se ter clareza nas escolhas que se seguirão. Primeiro é determinar quem mais precisa do Estado. Acolher esses que mais necessitam. Eles devem ser os prioritários. Segundo, é garantir que os servidores possam receber seus proventos. Sem eles, não há serviço, não há estado. Em terceiro, visualizar um mínimo de investimentos que devem ser feitos para garantir a inovação tecnológica que pode nos dar sustentação na reinvenção econômica que necessitamos. Em quarto é saber que a economia deve servir ao social, mas que para que esse financiamento ocorra se faz necessário fortalecer essa economia. Com uma economia crescente de novo é possível ter um plano para assegurar e ampliar os direitos. Em quinto é fundamental ter um plano de estado, com olhar em um futuro seguro.

O acúmulo de indignação é enorme e legítimo. Mas é preciso ver além da corrupção. Só a punição aos corruptos não salvará o Estado. Sua refundação passa necessariamente por novas atitudes de gestão e planejamento. Passa por consciência coletiva e espírito de estado. Mais do que isso, passa por uma repactuação federativa. Não dá para a União tratar o RJ da forma que vem tratando. Ou somos uma nação ou nos veremos obrigados a nos tornar uma república.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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