Queria que nunca tivesse fim

terça-feira, 30 de maio de 2017

Hoje é dia

  • do comissário de voo
  • mundial dos meios de comunicação social
  • mundial de combate ao fumo

O dia

Em 31 de maio de 2009, um dos mais trágicos acidentes aéreos da história. O voo 447 da Air France, que partiu às 19h30 e fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, caiu no Oceano Atlântico. Havia 228 pessoas a bordo, nenhuma sobreviveu.

Observando...

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Palavreando

E artistas são assim: criam intimidade, enlaçam no prazer do palco, mas jamais se permitem serem levados pelos espectadores além do curto encontro da tempestade que causam.

Queria que nunca tivesse fim

78 Musical

As lágrimas escorrem misturadas a um sorriso solto, enquanto as mãos batem palmas orgulhosas. A sensação do primeiro minuto de espetáculo, "tomara que não acabe", é a mesma do fim: "não queria que acabasse". Enquanto cada ator e cada músico recolhem a sua justa glória, o sentimento que pulsa é de um querer mais, mais e mais. Mais dos anos 70, que só vivi agora, através da maravilhosa viagem produzida por Bernardo Dugin. Mais de 78 Musical. Mais dessa batalha contra os retrocessos que se repetem e teimam em retornar para que a arte possa combatê-los com poesia. Mais desse pedido pelo extermínio aos preconceitos que se reinventam e matam ao destilar veneno, ao cuspir tiros na baba nociva da incompreensão. Se a língua causa morte, a linguagem teatral transborda vida para salvar a própria vida. 78 Musical é vida em abundância!

O espetáculo genuinamente friburguense, feito com muito amor, prova a força de gente dessa terra. Desprende amor a ela, mas não esse amor da boca pra fora. É o amor que Bernardo Dugin coloca em tudo o que faz. Na grandeza de seu talento e na sua coragem entusiasmada, consuma com extrema competência não só uma montagem cênica, mas uma chance para revelações surgirem. No brilho de suas atuações, essas revelações criam então um imenso espelho em que todos nós devemos ter a audácia inspirativa deles para ver e notar e buscar a nós mesmos.

A busca que traz de volta, quase trinta anos depois, o sempre jovem David Massena. O espírito jovem dele rejuvenesceu ainda mais no seu brilhante texto que traz memórias que nem sempre entram para a história, costuradas em comicidade fina e tato poético de profunda leveza. Pois é. Essas memórias agora são história de um povo que se vê, ainda hoje, 2017, em diversos personagens dos anos 70. Nesses amores proibidos que fazem Lumiar ser de Nova Friburgo para quem sabe um dia libertar Nova Friburgo. Memórias afetivas traduzidas em homenagens cativantes como à Irmã Francisca, tão bem interpretada por Alice Verly.

O núcleo adulto, aliás, é bastante convincente. Todos, formidáveis atores. Encenam com verdade nas suas interpretações. E aí, destaque no retorno aos palcos de Cil Corrêa. É emocionante a condução que ela dá a sua Divina personagem de mãe solteira, avó, beata, mulher que esconde sua independência no armário de suas amarguras. É sua voz e seu jeito que possibilitam arregaçar o carinho perverso de uma geração.

Diana Cataldo e Carol Groetars dividem a personagem central. Rita merece de fato a grandeza dessas atrizes. Difícil falar o nome de todos, em que cada qual é importante para o conjunto, mas sem receio de cometer pecados, é necessário falar de Dani Calazans, fio condutor das nossas imaginações. É preciso falar de Christian Knupp que preenche o palco com sua voz e linguagem corporal.  E Gianne Bonan? Overdose pura. Tão especial quanto a participação de Filipe Louzada, apelidado de LouzaDeus – louvemos seu talento e esforço. Louvável mesmo Catarina Souza, nossa adorável formiga, cantando e simultaneamente traduzindo em libras para uma plateia de surdos que ia pela primeira vez ao teatro. Como não destacar Miguel Toscano? Já não é mais surpresa ou promessa - é realidade. Mas pecado dos pecados seria deixar de fora desse - "queria que nunca tivesse fim" - Pedro Borges. Quando canta, preenche todo o espaço de luz e inunda os corações dessa loucura tão desejada. Se leva a reflexão, Pedro na sua atuação, traz essa coisa de ser feliz como se deve ser, sendo quem se é, na mágica dos impulsos que trazem para perto.

Da luz da alma de Pedro Borges, o jogo de luzes é sedutor, entre os melhores que já vi, incluindo aí os mega espetáculos das capitais. Luzes que se somam a cenografia, onde Nova Friburgo exporta um dos maiores nomes do País, Jackson Tinoco. Poucos sabem disso, e 78 Musical serve também para dar publicidade a esse fato que aqui somo a toda generosidade de Jackson em simplesmente ajudar um projeto que conquista aos de coração aberto. Reverências ainda a Diogo Rebel, pelos arranjos de uma banda que não atravessa uma nota sequer.

Luz, loucura, poesia. Música, amor, arte. História, encontro, reflexão. Dedo na ferida, curativo, fascínio. Liberdade! Vida! Como querer que isso acabe? Só mesmo Bernardo Dugin para juntar isso tudo em algo tão único. Pena que Bernardo não atue nesse musical. Mas se é perdoável ele não estar entre os personagens que criou ao lado de David Massena, há que se ressaltar o quanto ambos são essenciais para a nossa cultura. 

Vá assistir a 78 Musical. Mas aviso: você não vai querer intervalo. Você não vai querer que acabe! Você vai desejar nunca ter fim!     

Pedágio mais caro

Atenção quem viaja para o Rio de Janeiro. A partir de amanhã, 1º de junho, a tarifa básica de pedágio da Ponte Rio-Niterói sobe de R$ 4 para R$ 4,10. A revisão tarifária é a segunda concedida desde que a Ecoponte passou a administrar a via, há dois anos. O reajuste leva em consideração a variação do IPCA e acontece uma vez ao ano, sempre no aniversário do início da cobrança de pedágio. O pedágio da RJ-116 sobe em agosto.

Logística e cargas

Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro é oficializado com o objetivo de orientar políticas públicas para consolidar e desenvolver a rede logística no estado, buscando maior eficiência e redução de custos. Pelo Plano ficam criados o Conselho Gestor, com participação da iniciativa privada, e o Fórum Cooperativo Intergovernamental, no âmbito da administração estadual.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.