Por um Brasil mais cristão

Vivemos tempos nada natalinos. Li em algum lugar um autor, que não lembro o nome, agora, que defendia um Natal pelo menos uma vez por mês, durante todo o ano.

Seriam, no mínimo, doze natais. Não para a troca de presentes. Não para essa ganância comercial. Mas pelo espírito que a data traz. Naturalmente, ou mesmo por osmose, as pessoas ficam mais solidárias, mais compreensivas, mais amorosas. E o Brasil e os brasileiros nunca precisaram tanto ser e receber mais solidariedade, mais compreensão, mais amor. Diálogo.

O Brasil está embrutecido. Duro, consigo mesmo. Prefiro acreditar que o Brasil não se revelou assim. Que o Brasil continua cristão. Que o brasileiro está apenas tentando reencontrar sua personalidade. Se o tal autor pede um Natal por mês, eu pediria um Natal por dia para o Brasil. Que no seu processo de aperfeiçoamento, possamos ser mais natalinos. Sem a bruta força de ir para um lado ou para o outro.

Os extremos puxam a corda para o seu lado e estão pouco se lixando para todo o resto. Eu não quero o meu lugar disputado por cabo de guerra. Eu quero o meu lugar mais cristão. Com o olhar do Cristo que foi preterido para que fosse salvo Barrabás. Estaremos escolhendo de novo, Barrabás?

Enfeitemos as árvores, mas alimentemos o coração da paz de Cristo. Do Cristo que nasce para nos atentar para o amor. Esse amor que ilumina o sorriso, o tal amor que nos faz irmãos no direito divino de ser diferente e amar na forma que se encaixa no amor e ser respeitado por isso.

Jesus Cristo nunca teve problemas com os diferentes. Por isso mesmo, teve muitos enfrentamentos com os religiosos de sua época. Porque defendia os desassistidos, acolhia os pseudos pecadores. Cristo nasce Deus feito homem para nos tirar da ignorância, nos elevar à vida e uma vida em abundância. Longe dos milagres da prosperidade, mas na simplicidade que efetua os verdadeiros e importantes milagres.

O Natal serve para nos tirar desse mergulho bruto em que nos meteram. Nós, brasileiros, não somos assim. Não podemos ser esses zumbis moralistas sem ética e respeito. Somos um povo cristão que vai e que também não vai à igreja. Que tem religião, mas que também não tem religião e é espiritualista.

Cristo precisa nascer de novo na gente e nos despertar desse pesadelo disfarçado de sono profundo. Que esse Natal seja ponto de partida para novos tempos! Tempo de amar, respeitar e se entusiasmar com a vida e uma vida plena e feliz.