Observatório - ´31/12/2013

Quando olho para o horizonte de mim mesmo percebo quanto pequeno sou. Parece finito. Mas sei que não! Não há como chegar ao fim de mim mesmo, por mais que eu mergulhe, por mais que se aprofundem. O infinito que se supõe mensurar também não cabe em mim. Não se esgota, tampouco se codifica. E assim é cada um de nós que se torna ainda mais imenso na eternidade de cada olhar que se colhe ao longo do caminho. 

Que o amor me sorria mais que o sol. Essa é a minha prece! Vem! Vem com a força do que tem que ser, e, que o que tem que ser seja bom! Não precisa ser magnífico. Não suplico que seja mágico. Apenas bom! Melhor do que foi — será! Virá! 

Virá com a força dos bons pensamentos, abençoado pelos deuses que consagram quem age com o coração. É preciso fazer o que se tem vontade. A felicidade é um direito de todos que buscam ser justos mais do que bons. Virá e vem tempos de ética como responsabilidade e paixão como razão de ser, fazer e existir. Persistência dos apaixonados para tocar o céu. Paz divertida — diversão! O mundo como um imenso parque de diversões, de estrelas como espaçonaves e gotas de orvalho como veleiros de brisa em sonhos. Embarquemos com a fé dos anjos. 

Parece que sempre há lágrimas nos meus olhos, mas enfim vejo um sorriso querendo sair e se espalhar como o vento do litoral. É pelo o que vem! É o novo tempo chegando sem abandono da velha mania de fabricar nostalgias futuras e colecionar saudades para amanhã! Talvez, minha única pretensão! A forma? Muda, se transforma na permanente essência. Incorruptível mesmo nas sombrias escuridões que vêm e virão, a essência é a resistência que vale a pena. 

Vale o sonho, vale o que fica na alma. Vale o que foi na expectativa do que vem! Vale o que foi como alicerce do que vem e virá! Vale se perder só para experimentar o prazer de achar. Vale esquecer para vislumbrar o deleite de encontrar aquilo que é fundamental. Fundamental é ler olhos, virtude é compreender razões, mas vital mesmo é amar sem medidas. 

Assim, que venha o exagero de quem se entrega e na entrega se joga e mesmo vencido é vencedor. Conquistar com a simplicidade como principal talento. Verdade. Chamo: vem o fim da esperança por se concretizar o que se esperou. Vem o olhar que brilha e se torna farol no mirante que orienta o caminho a deslizar pelo véu azul acima de nossas cabeças. Vem a tenra luz que ilumina sem cegar e como foice abre o caminho em poesia que se manifesta em atitude. Vem o compartilhar desse mundo tão imenso, supostamente infinito, que só não se esgota nas viagens para dentro da gente mesmo e em cada olhar que caminha e nos brinda.

Um brinde à vida! Muitos brindes ao que emociona e nos faz se perceber vivos! Um brinde ao que vem. E, ao que vem — fidelidade.