OBSERVATÓRIO - 28/10/2014

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Hoje é dia

  • da Engenharia Aeronáutica
  • da Fé nas Causas Impossíveis
  • do Funcionário Público

 

O Brasil que queremos escolhendo quem não queríamos?

Não vi entusiasmo algum na grande maioria dos eleitores que votaram no último domingo. Naqueles que nem sequer saíram de casa, nem é preciso dizer muito. Natural perante o cenário. Nenhum dos candidatos apaixonou ou encheu os olhos. Muito mais do mesmo. Poucas diferenças entre todos. De um lado, o discurso da mudança. Do outro, também! No fim das contas, escolhas baseadas no que não se queria, mais do que no que queremos. Isso é grave! Isso é preocupante! Muitos votaram em Dilma porque não queriam Aécio. Tantos outros votaram em Pezão porque não queriam Crivella. E vice-versa.

O Brasil não está dividido. O Estado do Rio de Janeiro não está dividido. O recado é claro: há a necessidade de novas vias, novos caminhos, outras possibilidades! A divisão foi no que não se queria. A maioria escolheu que não queria o retorno do PSDB. A maioria escolheu que não queria um novo duvidoso pela mistura política e religião no 2º turno. No 1º, foi uma confusão danada com todos os favoritos tendo bebido da mesma água.

Dilma ganhou a eleição! Não por causa do Lula. Dessa vez, por conta própria! Essa independência dá a ela a possibilidade de escrever uma nova biografia em um novo governo. Que seja de diálogo como ela discursou após a confirmação da vitória. Que a eleição difícil possibilite a ela promover as grandes reformas que o país precisa, sendo a principal e primeira a reforma política que emperra todas as outras.

Pezão venceu! Escondeu o padrinho Sérgio Cabral, que certamente lhe tiraria mais votos do que daria. Agora, agradece a ele. Natural e justo. Qual será a influência de Cabral no novo governo? Só o tempo dirá! O Rio vive uma sequência de governos parceiros, mas que logo tiveram rupturas. É só lembrar: Garotinho elegeu a mulher e depois o próprio Cabral, que rompeu com Garotinho. Cabral apadrinhou Pezão, que foi cria de Garotinho, que agora...

Foram eleições difíceis, duras. Não foram travadas guerras ideológicas, mas pessoais. Poucos foram os projetos apresentados. A eleição deixou pouco legado para os mandatos tanto da presidência da República como do governo do estado. Fato positivo é que nem Dilma nem Pezão concorrerão a reeleição. Isso dá a eles a oportunidade de fazer o que tem que ser feito, além de ser a última oportunidade de escreverem seus nomes na história como boa presidenta e bom governador.

Enquanto isso, fica estipulada a tarefa aos demais, dada pelos eleitores, em traçar novos sonhos, outros caminhos. Para que surja de fato a terceira via, o novo, a tal nova política. O grande anseio de todos, para mim, está claro: a esperança de escolher o que se quer mais do que aquilo que não se quer.

 

Números das eleições (1)

Nova Friburgo ficou acima da média nacional e estadual quanto ao número de eleitores ausentes no 2º turno das eleições. Enquanto a abstenção nacional chegou a 21,10% e no Estado a 22,36%, Nova Friburgo alcançou 23,18%. O número superou o do 1º turno, quando o não comparecimento às urnas chegou a 21,60% dos eleitores aptos a votar. Dois recordes batidos nessas eleições.


Números das eleições (2)

Os votos nulos e em branco para governador também atingiram números altos. 23,60% dos que compareceram às urnas para votar não quiseram nem Pezão, nem Crivella. Se somadas as abstenções, nulos e brancos, quase metade dos eleitores friburguenses (46,78%) se recusou a escolher um dos dois candidatos.


Números das eleições (3)

A maior prova de que a escolha por não votar em nenhum dos dois para governador se comprova na eleição presidencial, onde o número de votos brancos e nulos foi bem menor. Somados, deram 13,29%.


Números das eleições (4)

É válido recordar, no entanto, que no universo friburguense os candidatos do 2º turno não seriam os mesmos que chegaram. No 1º turno, em Nova Friburgo, Aécio ficou em 1º e Marina em 2º. Para governador, Pezão ficou em 1º, enquanto Garotinho ficou em 2º.


Números das eleições (5)

Neste 2º turno, para governador, os números friburguenses foram semelhantes aos finais, com uma vantagem ligeiramente maior para Pezão. Já para presidente e seguindo os números de eleições anteriores, aqui ganhou o tucano Aécio. Contradizendo o número final nacional e também estadual, onde ganhou Dilma.     

 

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Palavreando

Somos ansiosos demais para ver o fim da história, acabamos por não vê-lo, para perceber depois que é no meio que está o que há de mais interessante. 

Em cartaz, hoje, 28, no Teatro do Colégio Anchieta



  





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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.