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Observatório - 28/09/2013
sábado, 28 de setembro de 2013
Hoje é dia de crônica

Se o amor é filme, a vida é improviso. Os mais belos olhares, os mais ricos sorrisos, o simples franzir de testa ou a frase que escapa do íntimo não é ensaio, não é estratagema. A vida não é ensaio, não é tática. A vida é improviso.
O tempo é furioso, mas se torna aliado se nos deixamos levar pelos verdadeiros motivos de estar aqui. Estamos aqui para compartilhar. Que graça teria ser artista sem plateia? O quão grande é o palco para quem faz de si mesmo um monólogo.
Precisamos, necessitamos de olhares que nos olhem, de ouvidos que nos ouçam e de falas que nos paralisem, entorpeçam... Para voar sem precisar sair do chão, viajar para outras galáxias sem sair da Via Láctea. Passear entre estrelas que mesmo mortas há milhares de anos luz ainda sobrevivem.
E assim são alguns seres que tornam o dia mais leve e o mundo mais feliz. Chega e todos percebem que chegou. Sai e todos percebem que saiu! Iluminado não por trazer luz, mas por encantar e encantando... Encantador, apaixonante que ilumina tudo e todos.
Deixe se surpreender, porque você pode conhecer sem saber. Agora sei...
Esse olhar de moça, esses pés que sapateiam, esse sorriso de louco que só louco para não se deixar entusiasmar. Você vai rir desse sorriso e dessas piadas que escapam. Vai aplaudir o esforço de subir a serra e deixar o mar só para aqui ser e estar. Vai entender que a menina da TV é tão ou mais simpática que lá. É nobre até cantando receita em ritmo de trilha de cinema, rock and roll e funk.
Ah! Pequenas maravilhas em grandiosas lembranças que vívidas fazem com que levemos para sempre, para todo o sempre que a verdade está no improviso, porque a vida é improviso e não dá pra viver de mentirinha.
Sabe, a partir de agora eu vou improvisar. Direi aos meus pais que os amo sem arrumar formas elaboradas de dizer! Vou declarar aos quatro cantos que sou apaixonado pelos meus amigos, sem medo de que me achem frutinha. Ah! Comprarei flores, quindim, cachaça, qualquer coisa que eu ache que se encaixa aos meus amores e vou entregar sem pensar no jogo que é o amor. Vou escrachar! Vou brincar de ser feliz improvisando... Vou improvisar daqui em diante em tudo. Porque tudo que está em mim quer escapulir do jeito que sou, da forma que tenho. Quero ser improviso nessa corda bamba que é o destino. E quem sabe assim o destino improvise ainda mais o meu caminho.
Vou falar o que eu pensar! Botar pra fora o que meus neurônios produzem agora. Dizer o que der na telha e até xingar! Eu vou extravasar! Eu não sei cantar! E daí? Vou cantar mesmo sem saber cantar: Amélia é que era mulher de verdade! (Não!) Amélia é que é — é em maiúsculo — Amélia é que é mulher de verdade.
Verdade! O improviso é a verdade suprema. Verdade que baila nos esconderijos que nem a gente mesmo sabe onde esconde, mas encontra... Encontra de repente no desafio, na perda da intimidação e extrapola no vento, do pensamento, do talento em transformar em arte a imaginação!
Canta menina, solta a voz e diz para a sua inspiração que a canção em inglês é pra ela! Fala de amor? Coragem! Disposição para emocionar, porque a emoção contagia e nos concede o direito a ter fé!
Eu tenho esperança de que essa máquina que é o coletivo não quebra se houver entrega, se houver alma nos olhos e menos estômago no coração. O olhar se alimenta de paixão pelo que se é, pelo que se faz, pelo que se quer fazer. Percebe: o caminho quem faz são nossos passos. E se aparecer um obstáculo a gente improvisa. Se aparecer um obstáculo a gente improvisa.

Toda cidade tem seus personagens que flutuam entre a realidade e o mítico. Julinho é um exemplo deles. Um
verdadeiro artista das ruas e do cotidiano, que alegra os de bem com a vida e, às vezes, até incomoda os mais impacientes.
Mas de certo é importante para a história que a cidade escreve. Exímio imitador do famoso radialista Pedro Osmar, Julinho
também imita muito bem o ex-prefeito Paulo Azevedo e faz das calçadas o seu palco

Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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