Observatório - 28/08/2013

Em um momento histórico para a democracia brasileira, há 21 anos era aprovado pela Câmara dos Deputados, com 441 votos a favor, 38 contra, 23 ausências e 1 abstenção, abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor. Ele renunciaria em 29 de dezembro daquele ano, antes da conclusão do processo.  

Reynaldo Gianecchini é, com folga, o maior garoto-propaganda da TV em 2013 até agora. De 1º de janeiro a 10 de agosto, ele apareceu em mais de 6.200 inserções comerciais. No estudo, realizado pela Controle da Concorrência, que monitora inserções comerciais, Gisele Bundchen aparece como a segunda maior garota-propaganda da TV, seguida por Ronaldo e Neymar. Quem vem subindo nesse ranking é o humorista Fábio Porchat, que já fez sete campanhas publicitárias no período. No ano passado, o campeão foi Luciano Huck.

Esses artistas não são escolhidos por acaso para fazer essas propagandas. Representam um momento do país, seja pelo apelo família, por suas batalhas pessoais contra uma doença ou um problema ou por terem a imagem de quem o público admira e que quer ser igual. "Se Neymar usa Lupo, também quero usar.” "Se o Gianecchini tem conta no Banco do Brasil também quero ter.” O Porchat usa Vivo, também vou usar.

A propaganda tem efeito direto nas nossas vidas e passa também pelo garoto-propaganda. Obviamente, não entrarei aqui na alçada do companheiro de A Voz da Serra, Roberto Mendes, que é professor no assunto. Mas uma propaganda com conceito, bem feita, vende mais do que se possa imaginar. Não é à toa que as maiores empresas do mundo gastam pesado com propaganda. Gastam não: investem! Elas experimentam o lucro desse investimento, tanto em dinheiro direto como futuro — no fortalecimento da marca.

A escolha por esses astros nas propagandas nacionais atuais é um interessante parâmetro da nossa sociedade. Eles não estão lá por acaso. Representam a identidade do povo, a empatia pelo comportamento ideal. No entanto, por mais que o país mude e o mundo evolua, o que parece é que ainda estamos buscando as mesmas coisas: superar-se, rir, constituir família, ter amigos, se emocionar, compartilhar momentos, ser feliz. Venda-se refrigerante, conta bancária, carro ou sandália de dedo, há algo muito comum nas propagandas e em seus garotos-propaganda: todos buscam a felicidade! Felicidade mais do que como desejo, mas como necessidade!