Observatório - 25/09/2013

Depois de encantar o Brasil, o Papa Francisco vem encantando o mundo. Não apenas aos católicos, mas a todos. Mais do que um religioso, o Papa argentino tem se notabilizado por ser um filósofo desse mundo contemporâneo carente de líderes que de fato lideram. Papa Francisco tem liderado. Tem sido mais do que o bom pastor, tem sido um chefe de estado que talvez nenhum outro papa tenha sido. 

Jorge Mario Bergoglio tem tido a coragem que poucos dos que tem voz têm. Para dizer diretamente sobre as questões mais polêmicas. E sua fala tem grande influência, tanto pela objetividade quanto pela autenticidade. Quando Francisco diz que a Igreja tem o direito de manifestar as suas opiniões, mas não pode interferir espiritualmente nas vidas de gays e lésbicas, isso tem um peso enorme, não só por sua autoridade, mas pela liderança que vem conquistando. Quando critica religiosos cada vez mais obcecados em pregar sobre o aborto, casamento gay e contracepção, Francisco está dando um recado claro: não está correta a forma como vem se abordando o tema. Não se pode abordá-lo com preconceito e condenação sumária. Essa não pode ser a forma da Igreja, de nenhuma igreja, de toda a sociedade.  

E não é só em temas que assombram as religiões que Bergoglio tem tocado. Quando ele diz que "um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia. E a utopia não é sempre ruim. Utopia é sempre olhar adiante. O jovem tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista”, faz lembrar Che Guevara quando falava do tema. Seria o Papa um revolucionário?

Quando Sua Santidade diz que "o futuro exige hoje a tarefa de reabilitar a política, que é uma das formas mais altas da caridade”, eu passo a ter certeza! Mario Bergoglio é um revolucionário! Papa Francisco é o novo revolucionário que o mundo precisa. 

Coincidentemente, também vem da Argentina.