Colunas
Observatório - 25/04/2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Marquinhos eterno
Hoje eu quero falar de alguém por quem nutro grande admiração. Não é porque alguém se vai da nossa companhia que nossa admiração aumenta ou diminui. A admiração fica intacta, guardada, preservada, protegida, repleta com as bênçãos do amor. Quero falar do meu melhor amigo no futebol: Marquinhos Galhardo é o seu nome, ou simplesmente Marquinhos.
Um grande talento desses que a cidade inteira reconhece. Habilidoso como ele só! Guerreiro como poucos. Um lutador cheio de sonhos e que busca seus sonhos sem se desfazer ou combater ninguém. Marquinhos é o tipo honesto, que para crescer nunca sobe em cima de ninguém ou derruba quem quer que seja. Isso é raro não só no mundo do futebol, como na vida! Marquinhos é raro de se encontrar por aí!
Às vezes eu brincava com ele dizendo que o achava melhor que o irmão. Ele logo rechaçava: “Não! Meu irmão é o cara!” Continuei achando ele melhor que o irmão, mas parei de fazer a comparação, pois nunca conheci cara que defendesse mais a família do que ele! Na verdade, sempre achei que o futebol devia a Marquinhos. O futebol é realmente ingrato e tem que se ter mais sorte do que talento. Não que a sorte não sorrisse para Marquinhos, mas acho que os voos dele naturalmente tinham que ser maiores. Não dá para esquecer cada gol, cada passe e assistência. As cobranças de falta que sempre levam perigo. A habilidade futebolística e a humana também.
Marquinhos é o tipo de sujeito que me faz livremente romper com a regra número um do jornalismo: a imparcialidade. Não! Não dá para ser imparcial quando se trata de Marquinhos. No meu time – sempre titular. Nas minhas crônicas – personagem principal. E, confesso, vibro muito quando, após um gol, ele sempre levanta o braço, agradece aos céus e abre o sincero sorriso de quem joga com a serenidade no peito. Sereno, uma qualidade dentro e fora de campo que Marquinhos tem.
Marquinhos admira Deus como poucos. E é essa admiração dele por Deus que me faz tentar entender os propósitos Dele. Difícil compreender...
Agora já não posso falar no presente? Não! Não posso falar no passado, porque, uma vez amigo, para sempre amigo. Então me deixa falar do amigo Marquinhos: um companheiro de fé, desses irmãos camaradas mesmo! “Wanderson, você é muito meu parceiro!” – diz repetidas vezes ele. Eu também tenho a grande sorte de dizer o mesmo pra ele sempre que posso! Parceiro de todas as horas e momentos! Um dos grandes companheiros da minha jornada! O que Marquinhos faz por mim vai ficar para sempre! Ele não apenas me apoia, como veste a camisa mesmo! Ele sabe o verdadeiro sentido da palavra amizade e para cumprir com esse sentido dá a cara à tapa. Uma passagem que não posso deixar de contar foi na última campanha política. Criamos uma foto com algumas pessoas - 11 - dizendo que “Essa voz me representa”. Convidei o Marquinhos e já fui dizendo a ele que entenderia plenamente se ele não pudesse participar. Ele, na sua simplicidade, respondeu: “Que isso? Faço questão! Parceiro é pra essas coisas! Nós somos amigos, cara! Tô aqui pra ajudar no que der e vier!”. E com extrema paciência não só participou da sessão de fotos, como enfrentou um ou outro questionamento que surgiu, e continuou comigo até o fim daquela vitoriosa jornada. Nessa atitude ele me ensinou o que é amizade – dar-se, enfrentar junto, acreditar, dispor-se, celebrar a diversão e cada instante, confidenciar, aconselhar e permitir ser aconselhado.
É! Um companheiro de fé, trincheiras e sonhos! Sentirei falta das conversas ainda que por mensagem eletrônica. Falta daquela voz meio rouca e ingênua. Será estranho encontrar na rua o Felipe Faria, melhor amigo dele, e fazer a mesma pergunta de sempre: “E aí, como está o Marquinhos? Saudade daquele moleque!” E agora, Felipe: o que fazemos?
Sentirei falta do melhor amigo que já tive no futebol, sem cumprir a eterna promessa de vencê-lo no videogame. Sabia que perderia, então sempre dava a desculpa: “Tô treinando”... Com marra, eu completava: “Você não tem chance de me ganhar”. É claro que ele me venceria, como me vence até no que dizem ser a minha qualidade maior, que é a de ser amigo. Ele sabia como ninguém o que é ser amigo!
Que eu possa continuar representando aqui a sua voz, o seu caráter, lealdade, companheirismo e meninice. O legado que ele deixa não é dos gols, das conquistas com a camisa do Friburguense ou de tudo o que fez no futebol. O legado que ele deixa é da principal camisa que vestiu e honrou: a da lealdade, a de Deus, a da amizade, a do companheirismo, da ingenuidade em acreditar nas pessoas, a de ser família, a de ser simplesmente Marquinhos, meu amigo Marquinhos, o ídolo que tenho no futebol para sempre, porque vibrava com os gols do Friburguense, e vibrava ainda mais quando eram de Marquinhos!
Pude dizer isso a ele algumas vezes: “Nem sei se torço mais para o Friburguense ou para o Marquinhos Atlético Clube”. Meu mundo fica cada vez mais vazio e cada vez com mais saudade.
Ah! Meu irmão... Queria tanto que não fosse! Queria tanto que ficasse aqui! Um mundo tão grande para se viver e conquistar! Mas o fato é que quando uma luz na Terra se apaga, uma estrela no céu se acende. Já vejo, com lágrimas nos olhos, uma nova e brilhante estrela no céu!
No meu coração, aonde quer que eu vá, você sempre estará!
Para sempre...

Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário