Observatório - 24/08/2013

Se isso é grave? Eu não sei. O que eu sei é que o sentimento que tenho em mim por você apenas adormece, se aquieta... Mas logo grita e explode de novo quando você simplesmente me olha com olhar de lua crescente, me cumprimenta como se não soubesse que sou louco por você. 

Você sabe que sou louco por você e o mundo toda à nossa volta também sabe e se inspira com esse sentimento que não cabe em mim e por não caber em mim escapole — ilumina tudo.   

Sou louco por você! Se pudesse viajaria até Saturno com você. Lembraria quantas vezes fossem a primeira vez que te vi tanto quanto a última. Recordaria o primeiro almoço, a primeira vez que experimentamos comida mexicana. Os primeiros beijos dados apenas na imaginação, principalmente, as possibilidades de primeiros beijos estagnadas há poucos centímetros, mas sempre intensas pela atmosfera criada pelo ar de nossos narizes e furor de nossos lábios. Sorriso cerrado disfarçando o desconforto por não avançar. Devia roubar o beijo? Talvez. Devia conquistar sua alma? Ainda tento...

E rio sozinho de noite por cada tolo ciúme. Rio ainda mais pelas escancaradas declarações faladas e as entendidas apenas para quem capta olhares. Você entende! Sempre entendeu! Acusam-te de manipulação! Defendo, porque me deixo livremente ser levado para onde quer que eu vá. Peça-me para ir para os seus braços! E ainda que não peça ou saiba, sonho com você. Tem invadido os meus sonhos e são sonhos tão bons por terem sombras de realidade. No sonho, te vejo, te beijo, te abraço, te tiro a roupa e te amo carnalmente como já te amo a alma. Eu faço qualquer coisa por você. Abandono o emprego, arrumo uma trabalho melhor, componho música ou até dança no chafariz da praça. Porque seu sorriso me alivia o peso do mundo e o seu sim me concede um norte.  

Fujo para os seus braços, não fujo desse avassalador sentimento que me faz sentir vivo! Em você eu me completo. Eu estava vivo sem viver e só de pensar que quero você — vivo ainda que já tenha lutado para mandar você para o cemitério de minhas lembranças. Desisti pela impossibilidade de te esquecer ou pela falta de talento em ficar longe do seu sol.  

Você está em tudo, tudo, tudo e se faz presente mesmo quando não deveria! Se isso não é amor...

Talvez seja loucura. Mas qual amor não é louco? Nem toda loucura precisa ser tratada, mas toda falta de loucura precisa de procura insana para ser achada. Todos nós procuramos o amor que nos tira o chão, pois nos faz voar. Todos nós clamamos por esse tal sentimento que nos arrebate e nos dê a possibilidade de descobrir, de repente, que temos alma e que essa alma pode sorrir e sentir mais do que a pele sente. 

Obsessão? Não! Presença constante de quem descobriu ter alma no seu olhar. E agora? Já não dá mais para viver sabendo que se tem alma e que ela precisa ser cuidada...