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Observatório - 22/03/2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
Como assim?
“Perigos há por toda parte...” Era o que mais ou menos cantava a música que vinha ouvindo no carro, antes de buscar o verdadeiro perigo. Perigo que não é parte e nem está por toda parte. É difícil de achar, ainda que se possa dividir. Eu temo, mas amo o perigo. Afinal, o que mais vale a pena geralmente está no que mais tememos.
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Aprecio a beleza, mas a beleza é fugaz. A beleza envelhece. Virou necessidade acaba o desejo, mas não o prazer. Mais do que a beleza, aprecio a liberdade, e, por ser livre, aprecio ainda mais a inteligência, ainda que recuse o jogo eterno. Talvez porque eu não seja um bom jogador. Cotidianizar revoluções. Convite danado de quem é especialista em responder perguntando “como assim?”.
Chove na noite de lá fora que entra para o dia que faz aqui dentro. A música do...
A torre esvazia. A bexiga de todos também. Gargalharemos! Se ao fim da história gargalharemos? Torço para que sim, ainda que não queira nunca o fim da história. Adoro as reticências. Talvez eu goste do jogo eterno! Gargalho por dentro e para fora um pouco menos do que veem, ainda que bastante.
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E o paraíso fica verde e branco na confusão dos cotovelos, sonhos e batuque. Tanta gente suada, tanta gente feliz! Convite para ser rei—não aceito. Estou bem sendo apenas mais um na observação da festa do palco e dos artistas na plateia. Te surpreendo? Julgo ser um desafio que gostaria de vencer. O mundo gira ou eu giro? Não sei. Tudo gira como a porta estandarte. Tudo voa com...
Aceito a proposta de cotidianizar revoluções. A juventude inteligente e intensa me instiga.
Já haviam me contado o que dá certo! Já sabia na minha intuição que é bom viver uma ilusão de forma entregue. Eu recusava veementemente! Agora sei que a gente só se arrepende daquilo que não faz. Eu não quero mais arrependimentos para a minha coleção. Eu quero colecionar pingentes de coragem no coração.
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Arrependo-me por não sentar à frente dos olhos do perigo e beijar-lhe a nuca, o queixo, o peito, a boca. Admirar o sorriso, além da inteligência e admitir que eu não queria que acabasse. Revelar que não acho que tenha sido só pecado safado sem cobertor. Enquanto estou ali, estou vivendo só aquilo—encantado. Mas a noite amanhece e da minha boca só sai “nós somos loucos!”. Sim! Loucos pelos que não fazem bocejar e contam segredos de madrugada com confiança mútua. Loucos pela aventura de viver intensamente. Como assim?
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O perigo não é qualquer caminho—é o caminho quando se sabe que caminho se quer!
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Louvo as reticências... Já estamos no gargalharemos? Espero que não, pelo menos enquanto gargalho por não ser o final... E me responderá...
Confira na íntegra, amanhã, 23, no Caderno Light de A Voz da Serra
Documento da Semana
Ainda ressoa bastante nas redes sociais o programa CQC da Band que estreou sua temporada 2013 na última segunda-feira, 18, tendo como novidade o quadro Documento da Semana. Na abertura do quadro, uma matéria sobre como estão as coisas dois anos depois do tsunami que devastou o Japão e da tragédia climática que devastou a Região Serrana do RJ.
Comparação
O CQC Felipe Andreoli visita as duas realidades e aponta o descaso no Brasil com a reconstrução que ocorre em marcha lenta por aqui e a reconstrução que por lá já ocorreu. A reportagem faz duras críticas principalmente aos governos do estado e dos municípios como Nova Friburgo que serviu de pano de fundo para a matéria de quase 12 minutos.
A tragédia na tragédia
Para quem ainda não viu, o vídeo está disponibilizado no YouTube e é fácil achá-lo uma vez que há centenas de compartilhamentos nas redes sociais. No YouTube basta na ferramenta de busca pesquisar por CQC 2013 (18/03/2013) documento da semana Brasil e Japão.
Conclusão
Uma das conclusões da matéria é que a corrupção unida à má vontade do poder público com extrema morosidade por aqui é uma tragédia tão grande quanto a própria tragédia. O repórter Felipe Andreoli conclui que a corrupção no Brasil parece tão comum quanto o futebol e o samba e pergunta: “Até quando vamos nos acostumar como o que é errado só por parecer natural?”.
Friburguense
A derrota do Vasco para o Nova Iguaçu aumentou a importância do confronto entre Volta Redonda e Friburguense no domingo, 24. Conscientes disso, jogadores do Frizão sabem que uma vitória pode colocar o Tricolor da Serra de vez na briga pela classificação para as semifinais. A vitória também coloca o time a 1 ponto de se livrar totalmente do rebaixamento.
Nova carteira de identidade
Caminha para que a emissão do novo documento de identidade criado pelo governo federal seja emitida gratuitamente. A gratuidade é prevista apenas para a primeira emissão do documento que terá um chip que vai substituir a cédula em papel do RG (registro geral) nos próximos dez anos. O custo seria de R$ 40, mas a ideia é de que o governo arque com a primeira versão do cartão.
Mudança no número da identidade
O novo modelo de identidade será único para o país e terá dez dígitos (uma sequência de nove números mais um dígito verificador). Hoje, cada estado adota uma numeração diferente e sistemas próprios de emissão das carteiras de identidade, sem se comunicarem.
CPF e título de eleitor no mesmo documento
Nesse período de 10 anos, as duas carteiras (antiga e novo modelo) serão aceitas, pois a substituição será gradativa e dependerá da capacidade do governo de aparelhar os institutos com equipamentos capazes de gerar o documento. O modelo da carteira será similar a um cartão bancário com chip, reunirá dados pessoais, CPF e título de eleitor, e a impressão digital adaptada às normas internacionais.

Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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